Notícia
Expansão do metro de Lisboa vai custar mais 200 milhões do que o previsto
"Aumento abrupto dos preços" na construção leva a que o projeto de prolongamento da linha vermelha até Alcântara exija um investimento total de 405 milhões de euros, enquanto a construção da linha circular custará mais de 331 milhões.
O investimento na expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, quer na construção da linha circular quer no prolongamento da linha vermelho, foi revisto em alta pelo Governo devido ao "aumento abrupto dos preços das matérias-primas, dos materiais e da mão-de-obra" no setor da construção, provocado pelas dificuldades nas cadeias de abastecimento, pela pandemia, pela crise global na energia e pelos efeitos da guerra na Ucrânia.
De acordo com duas resoluções do Conselho de Ministros publicadas esta quinta-feira em Diário da República, o projeto de expansão da linha vermelha até Alcântara vai exigir mais 101,4 milhões de euros de investimento do que se previa, enquanto o prolongamento das linhas amarela e verde vai exigir mais 91 milhões.
No primeiro caso, o Governo recorda que o projeto integrou os investimentos previstos no PRR com um valor total de investimento de 304 milhões de euros. No entanto, diz, "sucede que ocorreram vicissitudes que determinaram um acréscimo dos custos envolvidos na concretização do empreendimento que integra este plano de expansão, com fundamento na alteração do mercado da construção e obras públicas, o que, aliado aos tempos dos procedimentos da contratação pública em causa, tornaram os valores então contratualizados insuficientes".
"O crescimento, súbito e imprevisível dos preços, tem consequências não só sobre a revisão extraordinária de preços dos contratos em execução, mas também sobre os preços base dos procedimentos de contratação a iniciar", é dito ainda na resolução.
No caso do projeto de expansão da linha vermelha até Alcântara, revela o Executivo, "relativamente às estimativas iniciais em fase de estudo de viabilidade concluído em novembro de 2020, a atualização de preços ocorrida entre a conclusão do referido estudo e o momento em que se estima iniciar o procedimento de contratação pública da empreitada, em 2022, aumentou cerca de 25 %, o que se traduz num acréscimo ao custo total do investimento de 101,4 milhões de euros".
Assim, o Metropolitano de Lisboa foi autorizado a realizar as despesas com este projeto até 405,4 milhões de euros
Relativamente à construção da linha circular, que ligará as estações do Rato e Cais do Sodré e que está em curso, o Conselho de Ministros autorizou a empresa a uma despesa até 331,4 milhões de euros.
Inicialmente este projeto estava previsto custar 210,2 milhões de euros, mas em 2021, devido já ao acréscimo dos custos na construção que tornaram "os valores então autorizados insuficientes", o Executivo autorizou que a despesa pudesse chegar aos 240,2 milhões.
"Adicionalmente, no decurso das obras, verificaram-se várias vicissitudes que não podiam ser antecipadas, como singularidades geológicas não detetadas nas sondagens efetuadas e desconformidades entre os levantamentos cadastrais e as prospeções que antecederam as obras que obrigam a proceder a desocupações temporárias, expropriações e reforços de construções existentes", diz ainda o Governo na resolução publicada esta quinta-feira.
Sublinhando que "o crescimento súbito e imprevisível dos preços" tem "consequências não só sobre a revisão de preços dos contratos em execução, mas também sobre os preços base dos procedimentos de contratação a iniciar", o Executivo conclui que "os valores autorizados são insuficientes".