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Cristina Pinto não vê falta de ética na indemnização da CP e realça "cálculo automático"

A governante reiterou no Parlamento que não houve qualquer ilegalidade no processo em que saiu da CP em 2015, antes de ir para a AMT. E não vê qualquer problema ético nesse processo.

A atual secretária de Estado da Mobilidade foi uma das 48 pessoas que saíram da CP em 2015 por mútuo acordo.
Cristina Dias Pinto está a ser ouvida na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação Pedro Catarino
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A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias Pinto, afirmou aos deputados que não houve qualquer negociação com a CP em 2015 com vista à indemnização de 80 mil euros que acabaria por receber. "Não houve regatear, não houve o aceitar ou deixar de aceitar. Foi um cálculo automático, deu o valor que deu, penso que toda a gente sabe, de 79.082 [euros]. Ponto". E reiterou que não houve qualquer ilegalidade no processo.

Essa indemnização gerou polémica, colocando a governante sob fogo cerrado dos partidos da oposição, porque quando Cristina Dias Pinto deixou de ser administradora da CP, passou de seguida a exercer o mesmo cargo na Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), a convite do Governo de Pedro Passos Coelho.

A oposição questionou, por isso, a governante se considera ser ético sair com uma indemnização da CP para ir depois receber um salário superior noutro organismo público, quando a saída teve lugar por vontade da própria.

Cristina Dias Pinto respondeu que não vê qualquer problema. "Quando eu regresso ao meu lugar de técnica superior, tinha um programa em vigor, um programa de rescisão por mútuo acordo, ao qual aderi voluntariamente, como os demais colegas. Não me foi perguntado a mim, nem aos 430 que saíram em 2015, o que é que íamos fazer a seguir. Não era importante", afirmou aos deputados.

"Não sabemos, dessas pessoas, quem foram para lugares de altos cargos do Estado, quem foi fazer uma empresa para fazer serviços à CP, quem foi para a concorrência, não sabíamos, não tínhamos que saber, era uma adesão voluntária, era um direito que subsistia e existia a todas as trabalhadoras e trabalhadores da Comboios de Portugal que olharam para a sua carreira de mais de 18 anos, no meu caso, e colocaram um ponto final".

A ex-gestora disse ainda que "a indemnização foi feita de forma absolutamente clara, transparente — era a tabela Excel que estava em vigor desde 2010. Deu o que deu, não houve negociação".

"A ética não está nas proclamações de virtudes, nas especulações, nos argumentos ou nas palavras dos discursos", disse a secretária de Estado no final da audição. "A ética está nas ações, senhoras e senhores deputados. A ética está no comportamento no dia-a-dia. A ética está no que fazemos para merecer a confiança dos outros", concluiu.

Última atualização às 11h40
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