Notícia
ANTRAM acusa sindicato de não fazer "nenhuma cedência" e querer greve
A associação de empresas transportadoras acusou esta terça-feira o sindicato dos motoristas de matérias perigosas de não ter feito nenhuma cedência e de ter ele próprio recusado a mediação negocial do Governo que havia proposto.
O porta-voz da ANTRAM, André Matias de Almeida, disse aos jornalistas que a ANTRAM "ficou a saber ontem do mecanismo de mediação e antes da ANTRAM se poder pronunciar o sindicato já recusava o mecanismo que propôs". "Perante isto, não podemos aceitar um mecanismo de mediação", acrescentou.
"Não há nenhuma cedência do sindicato, a proposta que apresentou representa um aumento salarial de 18%. E este sindicato afirma que o documento que assinou, na presença de membros do Governo, a 17 de maio não é válido", salientou o responsável.
"Este sindicato não tem outra vontade que não seja a de fazer a greve", concluiu.
Fectrans fala em "evoluções"
André Matias de Almeida falava à saída da reunião com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), que não participa na greve, que decorreu no Ministério das Infraestruturas.
O coordenador da estrutura sindical, José Manuel Oliveira, indicou que a reunião sobre a revisão do contrato colectivo de trabalho foi marcada por "evoluções". "Mas fechado, fechado, só quando tivermos as condições que julgamos necessárias para a revisão do contrato colectivo de trabalho", disse, indicando que uma nova reunião está agendada para quinta-feira na sede da ANTRAM.
Questionado sobre a exclusão dos trabalhadores filiados nos sindicatos que convocaram a greve do aumento salarial de 70 euros no salário base em janeiro de 2020, o responsável da Fectrans referiu que a Federação sindical "é subscritora de um contrato colectivo de trabalho e está a proceder à sua revisão". "Essas matérias, neste momento não nos respeitam", frisou.
A Fectrans não participa na greve porque entende que "este é o tempo de negociação", disse.