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Alta velocidade reduzirá viagens de avião entre Lisboa e Porto a 0,4%

Com a totalidade da linha de alta velocidade Lisboa-Porto construída, o estudo de impacte ambiental prevê uma procura de mais de 14 milhões de passageiros por ano. O transporte ferroviário mais do que duplicará a sua quota modal para 18,4%, reduzindo a de todos os outros modos.

O projeto de alta velocidade em Portugal vai dar o pontapé de saída este ano com o lançamento do primeiro concurso.
João Cortesão
06 de Maio de 2023 às 11:20
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Com a totalidade da linha de alta velocidade Lisboa/Porto construída prevê-se que, "tendo como horizonte o ano de 2036, a procura anual, no cenário tendencial, seja da ordem dos 14,06 milhões de passageiros, contra 8,35 milhões no cenário" sem esta linha, aponta o resumo não técnico do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do troço Porto – Oiã (Aveiro), que entrou esta sexta-feira em consulta pública até 16 de junho.

Uma estimativa que, acrescenta, inclui, em ambos os casos, as beneficiações do Ferrovia 2020 e a quadruplicação do troço Alverca/Azambuja, previsto para 2029.


No estudo é ainda referido que se prevê que a repartição modal atual no eixo Lisboa-Porto mude significativamente.

Se o transporte ferroviário representa hoje 8%, com a entrada em funcionamento da totalidade das fases da linha de alta velocidade entre as duas maiores cidades portuguesas passará a pesar 18,4%.

Pelo contrário, o transporte individual rodoviário recuará dos atuais 82,1% para 74,3%, o avião de 1,4% para 0,4% e o transporte público rodoviário de 7,5% para 6,9%.

Por outro lado, relativamente ao transporte de mercadorias na linha do Norte, o documento refere que a libertação de capacidade se traduzirá num aumento da disponibilidade e atratividade, com aumento do volume de mercadorias movimentadas que, "no cenário tendencial, se prevê seja de mais 6,3%, no ano de 2036, e mais 6,9% no ano de 2070".

"Este cenário prevê, para a globalidade do período 2029-2064, um acréscimo de mais 84,5% do volume de mercadorias transportado por ferrovia", é dito.

Segundo é ainda referido, o estudo de procura (da TIS/IP, de 2022) estima que, para a totalidade do período 2036-2065, os benefícios socioeconómicos resultantes da implementação da linha de alta velocidade e da transferência modal totalizem cerca de 10,3 mil milhões de euros, resultantes da redução de custos em diversas variáveis, entre as quais a manutenção de rodovias, os custos de operação do transporte individual, do congestionamento viário e dos acidentes rodoviários, benefícios a redução dos tempos de viagem, da redução da emissão de poluentes atmosféricos e contribuição para as alterações climáticas.

Já quanto aos impactes negativos, é referido que estão essencialmente relacionados com a fase de construção e a ocupação do solo pela implantação da via, efeito de barreira e afetação que produz na sua envolvente, em termos de perturbação do ambiente socioeconómico, qualidade de vida e atual enquadramento visual. "Ainda que sejam em parte impactes permanentes, são, contudo, minimizáveis com medidas adequadas de projeto", é apontado.

O investimento previsto no troço Porto-Oiã é da ordem dos 1,65 milhões de euros, contando com 500 milhões de euros de fundos comunitários.

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