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TAP: Pinto Luz exige a Costa que se retrate por "caluniar e adulterar a verdade"

Costa foi à AR acusar o social-democrata de ter assinado às três da manhã um acordo de venda da TAP que previa "garantia ilimitada para dívidas futuras". Pinto Luz diz que Costa está a "caluniar e adulterar a verdade".

Pedro Ferreira
Tiago Sousa 19 de Outubro de 2023 às 18:53
O vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, escreveu uma carta aberta dirigida ao primeiro-ministro onde pede que se retrate depois de "caluniar e adulterar a verdade" depois das afirmações proferidas esta quarta-feira no debate quinzenal. Em causa estão as acusações de António Costa que referiu no Parlamento que Miguel Pinto Luz, membro de um "Governo já demitido", vendeu "irresponsavelmente" a TAP "às três da manhã" dando "garantia ilimitada para dívidas futuras" e "liberdade total do privado" que adquiriu a companhia aérea.

O dirigente do PSD começa por desmentir a acusação de Costa de que o então governante havia garantido liberdade total para os acionistas da TAP, argumentando que, na época, ficou acordada a "formação de uma comissão independente para controlar o bom cumprimento" das cláusulas do contrato como a renovação da frota, a manutenção do hub de Lisboa e o impedimento dos desmantelamento da companhia e despedimentos.

Em relação à acusação de que Miguel Pinto Luz tinha assinado uma "garantia ilimitada para dívidas futuras", o social-democrata aponta para os "limites e rácios para o endividamento" do acordo que permitiam que o "Estado resgatasse a totalidade das ações, a qualquer momento e sem custos em caso de incumprimento". "É esta a garantia ilimitada para dívidas futuras'?", questiona retoricamente.

Por tudo isto ser "público e publicado" e "lido, visto e revisto" no "Tribunal de Contas, Assembleia da República e imprensa", Miguel Pinto Luz questiona o primeiro-ministro sobre se não "conhece nada" disto ou se "preferiu mentir". "O primeiro-ministro tem o direito de ser habilidoso e ardiloso. O primeiro-ministro não tem o direito de caluniar e adulterar a verdade", acrescenta o social-democrata.

O social-democrata aproveitou também para deixar críticas ao atual Executivo ironizando que demoraram "oito anos, seis versões diferentes, uma renacionalização e três mil e duzentos milhões de euros para chegar à mesma conclusão de quatro outros governos: a TAP tem que ser privada" e lembrando a admissão do erro de Costa no desacordo com o deputado e comentador Pedro Nuno Santos.

Para fechar a carta aberta dirigida ao líder do Governo, Pinto Luz reitera que fica à espera que Costa corrija "as suas palavras" e que o faça "no formato que entender". "Nem que seja às três da manhã", conclui remetendo para a expressão usada pelo primeiro-ministro no debate.
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