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TAP: Eleição de representante "em nada diminui capacidade reivindicativa", diz Sitava

"O facto de o Sitava ter decidido participar neste processo não encerra em si próprio um apoio incondicional a esta ideia de os trabalhadores elegerem um administrador", justifica a estrutura.

A administração da TAP diz não poder adiar a implementação de medidas laborais urgentes.
Miguel Baltazar
04 de Junho de 2021 às 16:10
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O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) assegurou hoje que a eleição de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da TAP "em nada prejudica a autonomia" nem diminui a "capacidade reivindicativa", segundo um comunicado.

"O resultado da decisão que tomámos em participar é público, teve um vencedor e representa a escolha maioritária dos trabalhadores das empresas do Grupo TAP envolvidas nesta iniciativa", refere a mesma nota.

O sindicato considera depois que esta iniciativa "foi uma tremenda precipitação da tutela, parecendo até que se tinham lembrado disto na véspera", recordando que foi lançada em "20 [de maio], para apresentar candidatos até 27, com um fim de semana de permeio" e que a validação das mesmas e votação foi em 3 de junho, "ainda por cima dia feriado".

"Seguramente, foi o processo eleitoral mais rápido de sempre e, assim sendo, só por mero acaso poderia correr bem", diz o Sitava.

O sindicato defende que a decisão "diz bem da leviandade com que foi lançado o processo", acrescentando que "quem decidiu demonstra muito pouco conhecimento da realidade existente nestas empresas".

"O facto de o Sitava ter decidido participar neste processo não encerra em si próprio um apoio incondicional a esta ideia de os trabalhadores elegerem um administrador", justifica depois a estrutura.

"Pode, no entanto, se mal avaliado, induzir nos trabalhadores a ideia que, de algum modo, estão a participar na Administração da empresa, e isso tornar-se em fator inibidor de autonomia ou até de retração dos movimentos reivindicativos", avisa o Sitava, acrescentando que, "ao tentar envolver os trabalhadores em processos sobre os quais estes não têm qualquer controlo, poderá estar subjacente aquela nova (já velha) ideia da cogestão", da qual discorda, adianta.

"Assim, apesar de, a partir deste ano, existir no CA [Conselho de Administração] um administrador eleito pelos trabalhadores, em nada prejudica a nossa autonomia tal com também em nada diminui a nossa capacidade reivindicativa e de lutar pela defesa dos trabalhadores, como se verá já no imediato se a TAP insistir em avançar para um processo de despedimento coletivo", remata o sindicato.

Os trabalhadores da TAP elegeram João Pedro da Conceição Duarte, com 42,51% do total dos votos, para os representar no Conselho de Administração, segundo uma comunicação interna a que a agência Lusa teve acesso.

A eleição para o cargo de administrador não executivo, segundo o documento, contou com a participação de 46,57% dos trabalhadores.

As percentagens de votos obtidas pelos restantes candidatos foram: 18,98% para Ricardo Paes Mamede, 15,78% para Paulo Jorge Mendes Manso, 8,49% para Cristina Maria Pereira Cardoso, 7,82% para Rita Cristina Oliveira da Costa Silva e 6,48% para João Calisto Vaz de Matos Belo.

O vencedor será indicado pela República Portuguesa como administrador não executivo da TAP SGPS e proposto para eleição na assembleia-geral da TAP SGPS que designará os órgãos sociais para o próximo mandato que se inicia em 2021, marcada para 24 de junho.
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