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Standard & Poor's fixa rating da TAP no terceiro nível de "lixo"

A agência de cotação financeira atribuiu um "rating" inicial de "BB-" à empresa de transporte aéreo portuguesa, o que se situa no terceiro patamar do nível considerado "lixo".

Miguel Baltazar
18 de Novembro de 2019 às 17:54
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A Standard & Poor's fixou o "rating" da TAP - Transportes Aéreos Portugueses em "BB-", que se situa no terceiro patamar do nível considerado "lixo", com um "outlook" estável, num dia em que a empresa liderada por Antonoaldo Neves disse que ia ao mercado procurar financiar-se no valor de 300 milhões de euros, através da emissão de obrigações a cinco anos para investidores institucionais. 

Esta é a primeira vez que a TAP obtém um "rating" por parte de uma agência internacional e agora aguarda a atribuição de "rating" por uma segunda entidade internacional. A Standard and Poor's atribuiu esta classificação de crédito de "BB-" quer à Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, como à sua subsidiária e negócio "core" Transportes Aéreos Portugueses, S.A. 

"Não esperamos que a TAP gere um 'cash flow' operacional positivo em 2019-2020, devido ao seu largo programa de investimento, mas o aumento da rentabilidade deve conduzir a uma queda gradual no rácio da dívida face ao EBITDA para entre 5,5-6 vezes em 2020, de 7,8 vezes em 2018, suportando um perfil de crédito de 'B'", disse a agência, em comunicado. 

No mesmo comunicado, a agência referiu que "o 'outlook' estável reflete a nossa visão de que a TAP poderá reduzir e manter a sua dívida ajustada ao EBITDA abaixo de 6,5 vezes nos próximos 12 meses, enquanto continua o seu pesado investimento na transformação de frota", adiantando que "esperamos que a empresa venha a completar a emissão de aproximadamente 300 milhões de euros em 2019 e que use esse procedimento para pagar os empréstimos bancários existentes". 

Hoje a TAP anunciou que vai avançar com uma emissão de obrigações a cinco anos de 300 milhões de euros com o objetivo de refinanciar dívida existente e estender a maturidade média. Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a companhia aérea detalha que a emissão de obrigações, que vencem em 2024, é destinada apenas a investidores institucionais.

De acordo com a Bloomberg, o "road show" terá lugar entre 19 e 22 de novembro, e os bancos responsáveis pela operação são o Morgan Stanley, o Citi e o JPMorgan.

"A nossa cotação preliminar de crédito 'BB-' do grupo TAP reflete a posição de liderança no centro de aeroportos de Lisboa, onde detém 55% das faixas horárias e que utiliza para conexões em toda a Europa", pode ler-se na nota da Standard and Poor's, que prevê um EBITDA ajustado de entre 650-680 milhões de euros em 2020 e de cerca de 800 milhões em 2021.

A S&P disse que a TAP tem o menor volume de passageiros transportados entre as companhias aéreas que avalia. Em 2018 a companhia de transporte aéreo lusa transportou cerca de 16 milhões de pessoas, enquanto que a Lufthansa transportou 142 milhões de passageiros. 

Apesar de esta ser a primeira vez que a Standard & Poor's avança com uma nota de "rating" para a TAP, já o fez para outras empresas do mesmo setor. Abaixo do "BB-" fixado para a TAP, a agência financeira cotou o "rating" da Turkish Airlines com um "B+". Também com um "BB-" surgem a American Airlines e a LATAM. A liderar o nível do "rating" dado pela S&P dentro deste setor estão a Ryanair e a easyJet com "BBB+", três patamares acima do nível considerado de "lixo". 

(Notícia atualizada às 19:14)

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