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S&P corta rating da TAP para sexto nível de "lixo"

A agência cortou a notação da TAP para "B-", que corresponde ao sexto nível de "lixo" e indica um "investimento altamente especulativo".

20 de Maio de 2020 às 15:50
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A Standard & Poor’s cortou a notação financeira de seis companhias aéreas europeias, entre elas a TAP, que ficou com um rating à beira de ficar no nivel C.

A agência cortou a notação da companhia portuguesa de "B" para "B-", que corresponde ao sexto nível de "lixo" e indica um "investimento altamente especulativo".

A S&P reduziu também o rating da Air Baltic, easyJet, Deutsche Lufthansa, International Consolidated Airlines Group e SAS. A notação da companhia que junta a British Airways e a Iberia (a IAG) passou de BB para BBB-, ficando assim no nível de "lixo" (especulativo).

Estes cortes acontecem devido aos efeitos da pandemia da covid-19 na atividade das companhias aéreas e no caso da TAP numa altura em que está a ser discutido um plano de ajuda estatal. O ministro Pedro Nuno Santos admitiu vários cenários para recuperar a companhia aérea e não colocou de parte uma insolvência.

O "rating" da TAP desceu em um nível e está agora no último patamar dos B. Além disso, a notação financeira foi colocada em "credit watch" com implicações negativas. Quer isto dizer que a S&P ameaça colocar o rating da companhia aérea nacional no nível C, o que indica "riscos substanciais" de incumprimento (CCC+) e um investimento "extremamente especulativo" (CCC). Um rating de CCC- ou inferior indica um "default iminente".

Na nota onde explica a decisão sobre o rating da TAP, a S&P diz que o corte "reflete o fraco ‘cash flow’ da companhia aérea e a deterioração da liquidez".

TAP vulnerável a "default" sem apoio estatal

A S&P atribui à TAP um SAPC (stand-alone credit profile, que avalia a empresa de uma forma isolada) de CCC (dois níveis abaixo do rating), uma vez que a companhia aérea está atualmente vulnerável e dependente de um apoio estatal para evitar um ‘default’ de curto prazo".

A avaliação da agência está em linha com as declarações de Pedro Nuno Santos, que ainda esta terça-feira admitiu o cenário de insolvência da empresa.

As contas da S&P dão conta que a TAP, no final de março, teria uma liquidez na ordem dos 250 a 300 milhões de euros, o que compara com um leasing de 60 milhões de euros e outros pagamentos entre 300 a 350 milhões de euros nos próximos 12 meses.

Neste cenário, a S&P alerta que sem medidas corretivas, a TAP fica exposta a um risco crescente de violar as regras de alavancagem que foram acordadas com os credores que compraram obrigações emitidas pela TAP, sendo que o teste vai acontecer já no próximo mês de julho.

A S&P vê com elevada probabilidade o cenário de a TAP receber um apoio estatal, mas lembra que o Governo ainda não fez um anúncio formal nesse sentido.

Com o rating da TAP em "credit watch", a S&P terá de decidir no prazo de 90 dias se efetua novo corte. "Se concluirmos que a TAP não recebe um apoio estatal suficiente e atempado, ou se recorrer a canais alternativos para garantir liquidez, é possível um corte de vários níveis" no rating, avisa a agência.

Desde 2016 que o Estado (através da Parpública) detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora.


(notícia atualizada)

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