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Sérgio Monteiro: “Para nós, os portugueses não tinham de pagar os problemas da TAP”

O antigo secretário de Estado garante que a privatização da TAP em 2015 seguiu todas as regras e era a melhor solução face às dificuldades de tesouraria da companhia aérea que já devia dinheiro de combustível à Galp.

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Março de 2023 às 15:17
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Sérgio Monteiro mostrou-se confiante de que o processo de privatização da TAP que liderou cumpriu todos os parâmetros exigidos na lei. E não tem dúvida que, tendo em conta a situação da companhia aérea, era a melhor solução.

 

"Em 2015, a TAP devia dinheiro à Galp de combustível e à ANA de taxas aeroportuárias", era "crítico privatizar a companhia aérea e dar-lhe condições num mercado extremamente competitivo", adiantou o antigo secretário de Estado do Governo de Pedro Passos Coelho, que está a ser ouvido no Parlamento na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, por requerimento do PS.

 

Durante a sua intervenção inicial, Sérgio Monteiro referiu ainda que esta opção de privatizar a empresa foi "consciente". "Entendemos que era o melhor para  empresa, trabalhadores e, sobretudo, para os portugueses", acrescentou. E aproveitou ainda para sublinhar que quando saiu de funções, "o saldo de injeção dos portugueses na TAP era zero".

 

"Para nós, os portugueses não tinham de pagar os problemas da TAP", reforçou Sérgio Monteiro, em resposta às perguntas dos deputados.

 
Sérgio Monteiro foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

Os socialistas anunciaram, em 16 de fevereiro, quererem ouvir o antigo ministro da Economia, Pires de Lima, e o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações para prestarem esclarecimentos no parlamento sobre o processo de privatização da TAP em 2015, argumentando estar "em causa a utilização de dinheiro da TAP, e de contratos da TAP, para financiar a entrada de um operador privado na companhia aérea nacional". 


O requerimento do PS surgiu após várias notícias, entre as quais, uma divulgada pelo jornal ECO, que refere que a privatização da companhia aérea em 2015 terá sido ganha por David Neeleman com dinheiro da própria companhia aérea. Em causa, segundo o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, podem estar crimes de assistência financeira e gestão danosa.


Estas audições têm lugar fora do âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, proposta pelo Bloco de Esquerda (BE). 


(Notícia atualizada)
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