Notícia
Ryanair recorrerá à UE e aos tribunais se Itália injetar 3.000 milhões na nova Alitalia
O Governo italiano está em negociações com Bruxelas para dar luz verde à nova companhia aérea Ita, à qual Roma prometeu em 2020 um auxílio de 3.000 milhões de euros para impulsionar as suas operações na fase inicial e entregar diretamente os ativos saudáveis da Alitalia.
05 de Junho de 2021 às 16:08
A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair anunciou hoje que recorrerá à Comissão Europeia e aos tribunais europeus da decisão do governo italiano de injetar 3.000 milhões de euros na Ita, a companhia aérea nascida da Alitalia, em processo de falência desde 2017.
"Assim que este dinheiro for injetado na nova empresa, iremos em frente. Vamos esperar para ver o que acontece, mas é claro que se trata de uma ajuda ilegal e vamos defender os nossos interesses recorrendo contra este último empréstimo", frisou o CEO da Ryanair DAC, Eddie Wilson, em entrevista publicada hoje no jornal "La Repubblica".
O Governo italiano está em negociações com Bruxelas para dar luz verde à nova companhia aérea Ita, à qual Roma prometeu em 2020 um auxílio de 3.000 milhões de euros para impulsionar as suas operações na fase inicial e entregar diretamente os ativos saudáveis da Alitalia.
A Comissão Europeia solicitou a abertura de um concurso real, a preços de mercado e aberto à concorrência.
Nesse contexto, a Ryanair poderia ter interesse na compra de alguns ativos da Alitalia, como direitos de descolagem e aterragem nos aeroportos de Milão Linate e Roma Fiumicino, segundo Wilson.
"A Itália representa 32% do nosso negócio, com uma quota de mercado de 28%", explicou, sublinhando que a Ryanair abriu recentemente novas bases em várias cidades do país.
"Acreditamos que podemos continuar a crescer em Itália, assim como no resto da Europa: hoje estamos com 60% da capacidade oferecida em 2019, o último ano pré-covid, e a partir de 2022 planeamos continuar a aumentar, alcançando, potencialmente já no próximo verão, os níveis de há dois anos", acrescentou.
Afirmou que empresas como a Ryanair permitem "voos dentro de um país por alguns euros", enquanto "as companhias aéreas de serviço completo, além de receberem enormes ajudas dos respetivos estados, ao contrário da Ryanair que não recebeu um único euro de dinheiro público, serão obrigadas a cobrar preços sempre mais altos porque não podem competir em custos".
Por isso, Eddie Wilson propôs que a nova companhia aérea italiana fique com as rotas de longo curso, deixando para a Ryanair e outras companhias aéreas de baixo custo, as de curto e médio curso, porque a Ita "não terá oportunidade de voar nestas e ser rentável", disse.
"Tenho a impressão de que não há nada realmente novo e que no final a Ita será a extensão da Alitalia. Com os problemas habituais de há décadas (...) Quando o mercado e a economia estavam bem, a Alitalia perdeu. Quando chegou a crise do coronavírus, a Alitalia foi ainda pior ", concluiu.
Questionado sobre a aterragem forçada de um dos seus aviões na Bielorrússia e a prisão do jornalista da oposição bielorrussa, Roman Protasevich, o CEO da Ryanair DAC limitou-se a dizer que a companhia aérea está a "cooperar totalmente com as agências de segurança da União Europeia e da NATO".
"Assim que este dinheiro for injetado na nova empresa, iremos em frente. Vamos esperar para ver o que acontece, mas é claro que se trata de uma ajuda ilegal e vamos defender os nossos interesses recorrendo contra este último empréstimo", frisou o CEO da Ryanair DAC, Eddie Wilson, em entrevista publicada hoje no jornal "La Repubblica".
A Comissão Europeia solicitou a abertura de um concurso real, a preços de mercado e aberto à concorrência.
Nesse contexto, a Ryanair poderia ter interesse na compra de alguns ativos da Alitalia, como direitos de descolagem e aterragem nos aeroportos de Milão Linate e Roma Fiumicino, segundo Wilson.
"A Itália representa 32% do nosso negócio, com uma quota de mercado de 28%", explicou, sublinhando que a Ryanair abriu recentemente novas bases em várias cidades do país.
"Acreditamos que podemos continuar a crescer em Itália, assim como no resto da Europa: hoje estamos com 60% da capacidade oferecida em 2019, o último ano pré-covid, e a partir de 2022 planeamos continuar a aumentar, alcançando, potencialmente já no próximo verão, os níveis de há dois anos", acrescentou.
Afirmou que empresas como a Ryanair permitem "voos dentro de um país por alguns euros", enquanto "as companhias aéreas de serviço completo, além de receberem enormes ajudas dos respetivos estados, ao contrário da Ryanair que não recebeu um único euro de dinheiro público, serão obrigadas a cobrar preços sempre mais altos porque não podem competir em custos".
Por isso, Eddie Wilson propôs que a nova companhia aérea italiana fique com as rotas de longo curso, deixando para a Ryanair e outras companhias aéreas de baixo custo, as de curto e médio curso, porque a Ita "não terá oportunidade de voar nestas e ser rentável", disse.
"Tenho a impressão de que não há nada realmente novo e que no final a Ita será a extensão da Alitalia. Com os problemas habituais de há décadas (...) Quando o mercado e a economia estavam bem, a Alitalia perdeu. Quando chegou a crise do coronavírus, a Alitalia foi ainda pior ", concluiu.
Questionado sobre a aterragem forçada de um dos seus aviões na Bielorrússia e a prisão do jornalista da oposição bielorrussa, Roman Protasevich, o CEO da Ryanair DAC limitou-se a dizer que a companhia aérea está a "cooperar totalmente com as agências de segurança da União Europeia e da NATO".