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Ramiro Sequeira diz que "não há falta de tripulantes de cabine na TAP"

O diretor da área operacional da TAP, revelou que a empresa acabou de contratar 400 tripulantes, tendo recebido 2.500 candidaturas. Garante que não teve "conhecimento prévio" da demissão de Alexandra Reis e admite que esteve em causa a sobrevivência da empresa.

Miguel A. Lopes / Lusa
Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 10 de Maio de 2023 às 18:38

Ramiro Sequeira, administrador da TAP com o pelouro da área operacional da companhia aérea, rejeita a ideia de que há falta de tripulantes de cabine na empresa. Na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, revelou até que a companhia acabou de contratar 400 pessoas para estas funções, tendo recebido 2.500 candidaturas.


Segundo o relato de vários sindicatos, a falta e pessoal de voo tem levado ao cancelamento de voos da empresa e pode colocar em causa a normal operação da empresa no verão.

Contudo, o gestor, que chegou a ser CEO interino da TAP durante a pandemia, admitiu que sentem dificuldades na contratação para várias áreas, como outras companhias aéreas. "Esta dificuldade é generalizada", apontou.

Garantiu que a gestão da empresa está a tentar preparar da melhor forma possível o verão, que se antevê caótico como os sindicatos têm alertado por causa da falta de pessoal. Mas não só. Como Ramiro Sequeira recordou, a operação da empresa poderá sofrer com os constrangimentos da falta de capacidade do aeroporto de Lisboa que está "acima do limiar"  deverá ser "uma bola de neve" para os atrasos de voos das operadoras aéreas.

Divergências são "saudáveis"


Questionado pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, sobre o seu conhecimento dos conflitos entre Alexandra Reis e a antiga, Christine Ourières-Widener, o administrador começou por explicar que tem "dificuldade em definir divergências".  Mas considera que é normal e até "saudável" haver  opiniões diferentes no "board" de uma empresa. 

Sobre o acordo de saída de Alexandra Reis, com uma indemnização de 500 mil euros, garantiu que não teve "conhecimento prévio". "Não soube que estavam a negociar", reforçou.

Porém, garantiu que não  "nunca deixaram de ser tomadas decisões para o bom funcionamento da empresa" por causa das divergências entre as duas gestoras. 

Questionado pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua se sabia que estava ao abrigo do estatuto de gestor público, a partir de 2020, admitiu que sim, apesar de não se reordar de ter havido uma reunião específica sobre o tema. "Mas julgo ter recebido um email que abordava alguns pontos dessa transição de privado para público", após as novas regras a parir de 2020.

Aternativa ao plano de reestruturação? "Era o fecho"


Ramiro Sequeira, defendeu ainda ainda a pandemia colocou a empresa numa situação financeira complicada. E que a alternativa ao plano de reestruturação "era o fecho".

Sobre os meses em que esteve à frente dos comandos da TAP, a convite de Pedro Nuno Santos após a saída de Antonoaldo Neves, admitiu que foi um período turbulento. "Estarmos aqui hoje pode levar a crer que algo não correu bem", disse, referindo-se ao facto de a empresa estar envolta em várias polémicas.

Mas, no final, "a TAP sobreviveu " e manteve-se praticamente intacta e ainda assim conseguiu atingir resultados positivos", acrescentou. A companhia aérea antecipou em três anos as metas do plano de reestruturação acordado com Bruxelas tendo fechado 2022 com lucros superiores a 65 milhões de euros.

A venda da TAP

Sobre a venda da TAP à Iberia, empresa onde Ramiro Sequeiro trabalhou anteriormente, preferiu não fazer comentários específicos.  O administrador disse apenas que, do ponto de vista conceptual, não é "tão linear assim" que a proximidade das operações seja prejudicial à companhia, como tem sido apontado por algumas vozes. 

Para defender o seu ponto de vista, o gestor  lembrou que um dos maiores ativos de uma companhia aérea são os "slots" (faixas horárias). E se forem respeitados, não podem ser retirados à TAP, apontou.

Ramiro Sequeira assumiu a presidência executiva interina em agosto de 2020 - após a saída de Antonoaldo Neves no seguimento do reforço do Estado no capital da TAP - até junho de 2021- quando entrou em funções Christine Ourmières-Widener, demitida a 6 de março deste ano no seguimento das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a saída de Alexandra Reis. O parecer considerou o acordo de saída com uma indemnização de 500 mil euros ilegal. 

A proposta para avançar com a comissão de inquérito foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro de 2022.
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