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Lacerda Sales rende Seguro Sanches na presidência da comissão de inquérito à TAP

O PS confirmou a saída de Jorge Seguro Sanches da presidência da comissão parlamentar de inquérito à TAP. António Lacerda Sales será o substituto já a partir desta quarta-feira, tendo já ocupado o lugar à cabeceira.

Miguel Baltazar
Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 10 de Maio de 2023 às 16:53
O PS confirmou que Jorge Seguro Sanches renunciou à presidência da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP. Nesse sentido, o grupo parlamentar do Partido Socialista informou que a função vai passar a ser desempenhada por António Lacerda Sales. Aliás, os trabalhos desta quarta-feira já vão ser liderados pelo novo presidente da CPI.

Jorge Seguro Sanches já tinha indicado ontem que ia equacionar a sua continuidade na presidência da CPI após algumas críticas de que foi alvo.


Hoje, em comunicado, o PS "reafirma a confiança" em Seguro Sanches e "na forma ponderada, séria, rigorosa, independente e competente como desempenhou as suas funções enquanto presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, tendo contribuído para a credibilização dos trabalhos em curso".


E sai em defesa do deputado socialistas sublinhando que considera "inaceitável o ataque de caráter que foi perpetrado por um parlamentar do PPD/PSD", referindo-se a Paulo Moniz, apontado ainda que considera ser um ato  "atentatório da sua integridade pessoal, da sua honra e do seu bom nome, tendo concorrido de forma determinante, como foi público, para este desfecho".


No mesmo documento, o Grupo Parlamentar do PS informou que indicou ao presidente da Assembleia da República o nome do deputado António Lacerda Sales para presidir à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, "agradecendo desde já o sentido de serviço e de missão com que aceitou este desafio que agora lhe é proposto".

Lacerda Sales já vai presidir os trabalhos desta quarta-feira, estando agendada a audição de Ramiro Sequeira, administrador da companhia área.

Quando se sentou na cadeira até agora ocupada por Seguro Sanches, o novo presidente da comissão de inquérito começou por destacar que tem "noção da responsabilidade que esta função representa" para que de forma "isenta e transparente" seja apurada toda a verdade sobre a TAP.

 

Lacerda Sales garantiu ainda que vai "trabalhar com todo os diferentes grupos parlamentares" e que, doravante, o que deseja "é que simplesmente continuemos nosso trabalho com dignidade, respeito e seriedade contando com todos os presentes". 

 

"Diria que é nosso objetivo fazer com que esta comissão termine o mais rapidamente possível, mas que se esclareça toda a verdade sobre a gestão política da TAP", arrematou.


A origem do conflito

Jorge Seguro Sanches já tinha questionado na terça-feira se teria condições para continuar a presidir à comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP. Em causa estavam críticas sobre a forma como tem conduzido os trabalhos.


"A confiança é um elemento essencial na condução do interesse público. A comissão de inquérito tem que ter condições para desempenhar a sua tarefa de forma rigorosa, indo ao fundo das questões, tem que gerar confiança e não passar o tempo a discutir procedimentos, grelhas, ou forma de acesso a documentos e tudo isso já fizemos", referiu Seguro Sanches. Nesse sentido, "o papel do presidente da comissão de inquérito tem de lhe permitir gerar confiança", reforçou.

"A forma como foi questionado, de uma forma até deselegante, o meu papel no cumprimento do mandato da comissão, leva-me a questionar se continuo a ter as melhores condições para o fazer e entendo que essa reflexão que urge fazer", referiu Jorge Seguro Sanches, levantando-se e abandonando a sala para surpresa de todos. Foi substituído de imediato pelo vice-presidente da CPI, Paulo Rios de Oliveira, do PSD, que ficou a conduzir os trabalhos.

A questão colocou-se por causa da discussão em torno das grelhas dos tempos para as audições. Face ao alargado número de depoentes, a CPI tinha aprovado uma grelha com tempos mais reduzidos que utilizou para ouvir os mais de 10 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, por exemplo.

Porém, como alguns deputados criticaram, esta grelha não deveria ser utilizada para todos as personalidades que fossem ouvidas, como aconteceu na semana passada com Miguel Frasquilho, antigo presidente do conselho de administração da TAP. 


(Notícia atualizada às 17:35 já após a tomada de posse de Lacerda Sales)
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