Notícia
Seguro Sanches vai abandonar presidência da comissão de inquérito à TAP
Jorge Seguro Sanches já tinha questionado na terça-feira se teria condições para continuar a presidir à comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP. Em causa estavam críticas sobre a forma como tem conduzido os trabalhos.
"A confiança é um elemento essencial na condução do interesse público. A comissão de inquérito tem que ter condições para desempenhar a sua tarefa de forma rigorosa, indo ao fundo das questões, tem que gerar confiança e não passar o tempo a discutir procedimentos, grelhas, ou forma de acesso a documentos e tudo isso já fizemos", referiu Seguro Sanches. Nesse sentido, "o papel do presidente da comissão de inquérito tem de lhe permitir gerar confiança", reforçou.
"A forma como foi questionado, de uma forma até deselegante, o meu papel no cumprimento do mandato da comissão, leva-me a questionar se continuo a ter as melhores condições para o fazer e entendo que essa reflexão que urge fazer", referiu Jorge Seguro Sanches, levantando-se e abandonando a sala para surpresa de todos. Foi substituído de imediato pelo vice-presidente da CPI, Paulo Rios de Oliveira, do PSD, que ficou a conduzir os trabalhos.
A questão colocou-se por causa da discussão em torno das grelhas dos tempos para as audições. Face ao alargado número de depoentes, a CPI tinha aprovado uma grelha com tempos mais reduzidos que utilizou para ouvir os mais de 10 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, por exemplo.
Porém, como alguns deputados criticaram, esta grelha não deveria ser utilizada para todos as personalidades que fossem ouvidas, como aconteceu na semana passada com Miguel Frasquilho, antigo presidente do conselho de administração da TAP.