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Seguro Sanches abandona audições da comissão de inquérito à TAP e admite demitir-se
Depois das divergências com vários deputados, o presidente da comissão parlamentar de inquérito à TAP abandonou a reunião desta terça-feira que tinha na agenda a audição a Humberto Pedrosa. E vai equacionar se abandona o cargo.
O presidente da comissão parlamentar de inquérito à TAP, Jorge Seguro Sanches, abandonou os trabalhos que estavam a decorrer esta terça-feira. O socialista referiu ainda que, face às críticas que tem recebido vai equacionar se vai permanecer ou não no cargo.
"A confiança é um elemento essencial na condução do interesse público. A comissão de inquérito tem que ter condições para desempenhar a sua tarefa de forma rigorosa, indo ao fundo das questões, tem que gerar confiança e não passar o tempo a discutir procedimentos, grelhas, ou forma de acesso a documentos e tudo isso já fizemos", referiu Seguro Sanches. Nesse sentido, "o papel do presidente da comissão de inquérito tem de lhe permitir gerar confiança", reforçou.
"A forma como foi questionado, de uma forma até deselegante, o meu papel no cumprimento do mandato da comissão, leva-me a questionar se continuo a ter as melhores condições para o fazer e entendo que essa reflexão que urge fazer", referiu Jorge Seguro Sanches, levantando-se e abandonando a sala para surpresa de todos. Foi substituído de imediato pelo vice-presidente da CPI, Paulo Rios de Oliveira, do PSD, que ficou a conduzir os trabalhos.
A questão colocou-se por causa da discussão em torno das grelhas dos tempos para as audições. Face ao alargado número de depoentes, a CPI tinha aprovado uma grelha com tempos mais reduzidos que utilizou para ouvir os mais de 10 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, por exemplo.
Porém, como alguns deputados criticaram, esta grelha não deveria ser utilizada para todos as personalidades que fossem ouvidas, como aconteceu na semana passada com Miguel Frasquilho, antigo presidente do conselho de administração da TAP.
A proposta para avançar com a comissão de inquérito foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro de 2022.
(Notícia atualizada às 18h55)