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PSD, PAN, Verdes e IL acompanham Bloco para auditoria à gestão privada da TAP
A maioria dos partidos da Assembleia da República mostrou-se favorável à proposta bloquista para que o Governo realize uma auditoria independente à anterior gestão da TAP. Já o PS considera que este não é o momento certo, por estar em curso o plano de reestruturação.
PSD, PAN, Verdes e Iniciativa Liberal anunciaram esta quarta-feira, no Parlamento, que acompanham a proposta do Bloco de Esquerda para que o Governo promova uma auditoria independente à gestão privada da TAP.
No debate em plenário, agendado por iniciativa do PCP, sobre dois projetos de resolução sobre a TAP - um apresentado pelos deputados comunistas no sentido da defesa da companhia aérea, os seus trabalhadores e a soberania nacional e o outro do Bloco de Esquerda recomendando a realização da auditoria – apenas o PS e o CDS-PP não se mostraram a favor.
Os bloquistas propõem que o Executivo promova a realização de uma auditoria independente "que identifique e quantifique todas as ações lesivas do serviço público tomadas pela gestão privada da TAP SGPS" e que com base nessa auditoria seja "apurada a indemnização devida ao Estado pelos titulares de participações sociais da TAP SGPS"
Apesar de criticar a reversão parcial da privatização da companhia aérea levada a cabo pelo primeiro Governo de António Costa, que contou com o apoio dos partidos à esquerda do PS, o deputado do PSD Carlos Silva afirmou que os social-democratas estão "disponíveis para aprovar uma auditoria séria, que investigue todo o processo da TAP, efetuada por entidades independentes". Mas, acrescentou, "não estamos disponíveis para auditorias direcionadas e que servem apenas uma cartilha ideológica".
Também Inês Sousa Real, do PAN, lembrou que o seu partido já tinha questionado opções dos acionistas privados em matérias como gestão de recursos humanos ou negócios intragrupo, afirmando acompanhar a proposta do Bloco de Esquerda "no sentido de que seja realizada um auditoria independente que permita identificar e quantificar todas as ações que possam ser suscetíveis de ter lesado interesse publico" e o "apuramento de eventual indemnização devida ao Estado".
O mesmo entendimento manifestou José Luís Ferreira, do partido ecologista Os Verdes, assim como João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, que considerou que "será útil ter uma auditoria à gestão anterior", mas anunciou que irá propor que se realize também uma "auditoria ao processo de renacionalização da TAP, para ver se culpa não morre solteira".
Apenas o CDS-PP e o PS consideraram não ser este o momento para realizar essa auditoria independente. No debate, o deputado centrista João Almeida voltou a exigir acesso do Parlamento ao plano de reestruturação da TAP de forma a "saber como os 1,2 mil milhões de como vão ser recuperados" e qual "é a estratégia do Estado para viabilizar a companhia".
Carlos Pereira, do PS, afirmou relativamente à proposta dos bloquistas que "estamos numa fase complexa", com "o foco no plano de reestruturação", pelo que "não parece ser o momento certo para fazer qualquer auditoria a qualquer gestão, pública ou privada".