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PS quer ouvir Pires de Lima e Sérgio Monteiro sobre privatização da TAP

O Grupo Parlamentar do PS acredita que podem estar em causa crimes de assistência financeira e gestão danosa no negócio que terá lesado a TAP em mais de 400 milhões.

A bancada do PS, liderada por Eurico Brilhante Dias, apresentou pouco mais de meia centena de propostas de alteração.
António Pedro Santos/Lusa
16 de Fevereiro de 2023 às 13:32
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O PS vai chamar ao Parlamento o antigo ministro da economia, Pires de Lima, e o antigo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, para explicarem a privatização da TAP, em 2015, e o negócio que terá lesado a TAP em mais de 400 milhões. Em causa, segundo o presidente do Grupo Parlamentar do PS, podem estar crimes de assitência financeira e gestão danosa.

Face às notícias que têm sido publicadas sobre o tema, o PS entendeu  que era "o momento para organizar um conjunto de personalidades  para vir à Comissão de Economia" explicar o negócio. Como foi noticiado pelo Eco, a privatização da TAP, ganha em 2015 por David Neeleman e Humberto Pedrosa, terá sido paga com dinheiro da própria TAP.


Os primeiros nomes que constam da lista são o do ministro da Economia à data, António Pires de Lima, e do antigo secretário de Estado, Sérgio Monteiro, revelou Eurico Brilhante Dias. No entanto, não excluem chamar os restantes nomes que assinaram o contrato de privatização  na altura  após estas duas audições, para as quais contam com a "boa vontade" dos antigos governantes para participar uma vez que não são obrigados. 


"Aquilo que vamos percebendo, é que foi mantido em segredo o negócio com o Sr. Neeleman, o Governo e a própria TAP e a Airbus. E o segredo foi mantido até ao processo de privatização. E se foi assim, estamos perante um dos atos mais graves de gestão pública desde o 25 de abril", acusou. Eurico Brilhante Dias sublinhou ainda que em causa estará um prejuízo de mais de 400 milhões de euros que terá sido   financiado com dinheiro público. Por isso, não vamos deixar cair este caso", assegurou.

O PS acredita que a Comissão de Economia e o Parlamento têm os instrumentos necessários para fazer a  avaliação necessária. Por isso, considera que não é necessário avançar com uma comissão de inquérito nem alargar o espectro da comissão que irá arrancar na próxima semana que vai avaliar o exercício da tutela política da gestão da companhia aérea, em particular no período entre 2020 e 2022, sob controlo público.

 

"O alargamento adicional não iria necessariamente contribuir para melhor esclarecimento", defendeu o deputado. Além disso, está confiante de que Pires de Lima e Sérgio Monteiro vão aceder ao pedido para serem ouvidos no Parlamento, até porque defende que "devem esclarecimentos necessários aos portugueses".

 

Questionado sobre se estão a equacionar chamar Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro à data, o deputado referiu não querer "somar ruído" a este assunto neste momento. "Vamos ouvir o antigo ministro da Economia e o ex-secretário de Estados dos Transportes, e depois, se necessário, os restantes nomes que assinaram o contrato de privatização", nomeadamente o presidente da Parpública e os antigos secretários de Estado do Tesouro e Economia,detalhou. 

 

No final do ano passado, o então  ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, revelou que o Governo tinha enviado para o Ministério Público a auditoria realizada pela administração da TAP à compra de aviões durante a gestão de David Neeleman. Em causa estão suspeitas de a companhia ter pago mais pelos aviões do que os concorrentes e o dinheiro ganho com esta operação terá sido usado por Neelman entrar no capital da companhia aérea. 


Notícia atualizada às 14h05
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