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Portugal antecipou-se três horas à interdição a voos Boeing 737 Max

A Autoridade Nacional de Aviação Civil antecipou-se hoje em três horas à decisão da agência europeia e às 16:00 já tinha interditado o espaço aéreo português a todos os voos operados por aviões dos modelos Boeing 737 Max.

Reuters
12 de Março de 2019 às 20:53
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Fonte oficial da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) disse à Lusa que nenhum avião ficou retido em aeroportos portugueses em consequência da interdição, que aquela entidade decidiu aplicar às 16:00, antecipando-se face às 19:00 decretadas pela Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA).

 

As decisões seguiram-se ao acidente com um avião da Ethiopian Airlines que caiu na Etiópia, no domingo, provocando a morte de 157 pessoas de 35 nacionalidades.

 

A interdição decretada inclui o espaço aéreo nacional e sob jurisdição portuguesa, assim como "o espaço aéreo oceânico sob jurisdição portuguesa", especifica a ANAC, em comunicado.

 

"Durante a vigência da interdição, a ANAC continuará a monitorizar todos os desenvolvimentos com a AESA e autoridades aeronáuticas congéneres", lê-se na nota divulgada por aquela entidade.

 

Em comunicado enviado hoje à Lusa, a Agência Europeia de Segurança Aérea sublinhou que, na sequência do acidente envolvendo o Boeing 737-8 Max, da Ethiopian Airlines, "toma todas as medidas necessárias para assegurar a segurança dos passageiros".

 

"Como medida de precaução, AESA emitiu hoje uma diretiva, efetiva a partir das 19:00 GMT (mesma hora em Lisboa), suspendendo todos os voos de todos os Boeing 737-8 Max e 737-9 Max na Europa. Em complemento, a EASA emitiu Diretiva de Segurança, efetiva à mesma hora, suspendendo todos os voos comerciais realizados por operadores de países terceiros dentro, ou fora da UE, dos modelos mencionados", pode ler-se na nota.

 

Referindo que a EASA "continua a analisar os dados sempre que são disponibilizados", o regulador aéreo europeu afirmou que ofereceu "assistência" para investigar o acidente.

 

O fecho do espaço aéreo europeu pela AESA surge na sequência de vários países terem fechado o respetivo espaço aéreo a aeronaves Boeing 737-8 Max.

 

Irlanda, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Omã, Singapura, China, Indonésia, Coreia do Sul e Mongólia proibiram, antes desta diretiva, voos daquele modelo da Boeing nos seus espaços aéreos.

 

Algumas empresas de aviação decidiram manter os Boeing 737-8 Max em terra.

 

Entre as empresas que optaram por suspender os voos do Boeing 737-8 Max estão a Norwegian, o Icelandair Group, o Tui Grupo (a maior operadora de turismo do mundo), a Aerolineas Argentinas, a Aeroméxico, a brasileira Gol, a indiana Jet Airways, a marroquina Royal Air Maroc e a própria Ethiopian Airlines.

 

O Reino Unido foi o primeiro país europeu a suspender os voos do Boeing 737-8 Max, seguido pela Alemanha.

 

O Boeing 737-8 Max da Ethiopian Airlines despenhou-se no domingo de manhã, poucos minutos depois de ter descolado de Adis Abeba para a capital do Quénia, Nairobi.

 

O acidente provocou a morte das 157 pessoas (149 passageiros e oito tripulantes) que seguiam a bordo.

 

As vítimas são de 35 nacionalidades e pelo menos 19 eram funcionários das Nações Unidas, alguns dos quais iam participar numa cimeira dedicada ao ambiente, em Nairobi.

 

As ações da Boeing caíram na segunda-feira 5,33% na bolsa de valores de Wall Street, fazendo com que a sua capitalização no mercado tenha reduzido em quase 13 mil milhões de dólares. Os títulos do fabricante norte-americano caíram hoje 2% na abertura da bolsa de valores.

 

A Boeing indicou hoje que irá atualizar o 'software' de controlo de voo da aeronave 737 Max para "torná-lo ainda mais segura" antes de abril, data limite que a Agência Federal de Aviação norte-americana (FAA, em inglês) impôs.

 

A empresa com sede em Chicago (Illinois) disse num comunicado que começou a desenvolver uma atualização de 'software' com a FAA após o acidente do avião (mesmo modelo) da Lion Air na Indonésia, em outubro de 2018, e que irá aplicá-lo à sua frota "nas próximas semanas" e finalizado antes de abril.

 

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