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Pilotos da TAP aprovam novo Acordo de Empresa que prevê "ligeiro" aumento salarial
O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Tiago Faria Lopes, disse ao Negócios que além da fim dos cortes salariais, o acordo prevê um "ligeiro" aumento dos salários. E revelou que a partir de setembro a TAP vai acabar com as contratações externas.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) aprovou o novo Acordo de Empresa (AE) discutido com a gestão da TAP. Até ao momento, foi o primeiro sindicato a chegar acordo para as novas condições laborais negociadas com a equipa de Luís Rodrigues.
Em comunicado, o sindicato informa que hoje "convocou e realizou uma Assembleia de Empresa para apresentação, discussão e votação da proposta do novo Acordo de Empresa (AE) entre a TAP, S.A. e o SPAC", que teve a participação (presencial ou por procuração) de 647 associados e registou 541 votos a favor (83,6% dos votantes)"
"Este acordo foi muito difícil", "foi uma negociação muito dura", disse ao Negócios o presidente do SPAC. Tiago Faria Lopes admite que queriam "um acordo melhor", mas relembra que ao assinarem o Acordo de Empresa caem automaticamente os cortes salariaisque estavam em curso, garantindo que "vai haver um aumento de produtividade".
No âmbito do Acordo Temporário de Emergência, assinado no seguimento do plano de reestruturação, estão em vigor cortes de 20% a partir do valor do salário acima de dois salários mínimos, ou seja, a partir dos 1520 euros.
Questionado sobre se as novas condições preveem aumentos salariais, prefere não detalhar números para já. Mas admite que o acordo contempla "ligeiros" aumentos, ainda assim abaixo dos acordados pelos pilotos de outras companhias, como a Lufthansa. "O acordo prevê um ligeiro aumento do salário, mas não conseguimos igualar aos dos nossos congéneres", lamentou.
O SPAC deixa ainda alguns elogios à equipa de Luís Rodrigues, salientando que todo o processo negocial foi "conduzido de forma responsável e empenhada, visando encontrar soluções equilibradas que garantam os direitos e as condições de trabalho dos pilotos, ao mesmo tempo em que atendem às necessidades e desafios da TAP".
Tiago Faria Lopes destaca a diferença de postura da atual gestão face à anterior liderada por Christine Ourmières-Widener. Aliás, acusou mesmo a anterior administração de não querer procurar a "paz social". "Preferiam cancelar voos porque era mais barato", comentou, lembrando que no ano passado a TAP cancelou 3.300 voos.
O presidente do SAPC destacou ainda que quando Luís Rodrigues assumiu funções, a empresa "não tinha planeamento para o verão". E, nas reuniões que mantiveram com a nova gestão da empresa, foi transmitido que a partir de setembro a TAP vai deixar de fazer contratações externas, à exceção da Portugália. Em causa estão os chamados contratos ACMI (aluguer de aviões, incluindo pilotos, tripulação e manutenção).
O presente Acordo de Empresa aplica-se apenas aos pilotos sindicalizados e entra em vigor cinco dias após a sua publicação no Boletim do Trabalho e Emprego, até 31 de dezembro de 2026, detalha o SPAC.
(Notícia atualizada às 19h30 com declarações do presidente do SPAC)