Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Patrões do Porto insistem: “A atual TAP devia ser extinta”

A Associação Comercial do Porto reitera a sua oposição ao plano de intervenção e reestruturação que o Estado apresentou para a TAP, defendendo a criação de “uma empresa de ‘base zero’”, que “salvaguardasse os ativos existentes e prestasse um melhor serviço ao país”.

A TAP está à procura de um novo CEO, num processo que está a ser gerido pela         Korn Ferry.
Miguel Baltazar
15 de Outubro de 2021 às 14:38
  • 51
  • ...

A entrevista da CEO da TAP ao Expresso, publicada no passado sábado, acirrou ainda mais os ataques da Associação Comercial do Porto (ACP) à forma como o Governo está a conduzir o processo de ajuda do Estado português à empresa.  

 

"As afirmações de Christine Ourmières-Widener reforçam a ideia, já diversas vezes manifestada por esta associação, de que a intervenção do Estado na TAP é um processo mal conduzido e que não vai resolver os problemas estruturais que, há décadas, tornam a companhia aérea numa empresa inviável", defende a ACP, em comunicado enviado às redações, esta sexta-feira, 15 de outubro.

 

Na entrevista ao semanário, a presidente executiva da TAP manifestou surpresa pela contestação que tem sido feita à TAP, nomeadamente pelo presidente da autarquia, Rui Moreira, e pela ACP, que já foi liderada pelo autarca.

 

"Entendo a frustração, mas honestamente fiquei um pouco surpreendida com a magnitude da reação. É óbvio que é impossível ter dois ‘hubs’", afirmou Christine Ourmières-Widener, avisando desde já que "vai ser difícil lançar mais rotas" a partir do Porto.

 

Reiterando a sua oposição ao plano de intervenção e reestruturação que o Estado Português apresentou para a TAP, o qual, garante, "obedece a uma estratégia irracional de investimento público, contrária aos interesses económicos do país e que não assegura a viabilidade futura da empresa", a ACP preconiza que "a atual TAP devia ser extinta"

 

No lugar da TAP, defende que devia ser "criada uma nova companhia aérea, que salvaguardasse os ativos existentes e prestasse um melhor serviço ao país, em linha com as opções tomadas noutros países europeus, como Suíça (Swissair), Bélgica (Sabena) e Itália (Alitalia), este último caso com a particularidade de ter sido hoje decretada a extinção da companhia aérea", detalha. 

 

Há mais de um ano que a ACP tem vindo a criticar a "irracionalidade que este processo TAP representa, quer ao nível político, quer sobretudo no âmbito económico".

 

Em julho do ano passado, a associação liderada por Nuno Botelho interpôs uma providência Cautelar contra a injeção de 1,2 mil milhões de euros na TAP, "que, mesmo não tendo sido aprovada, alertou os portugueses para a necessidade de um maior escrutínio sobre esta aplicação de dinheiro público", afirma.

 

Mais recentemente, a ACP remeteu um documento à Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia, no qual sustenta que "a melhor solução para este processo passa pela extinção da TAP e a criação de uma nova companhia aérea".

 

A ACP defende a constituição de "uma empresa de ‘base zero’, que conserve os ativos estratégicos existentes – ‘hub’ da Portela e ligações ao Brasil, Estados Unidos e África lusófona – e assegure as rotas intercontinentais a partir de Lisboa".

 

E, "de forma complementar, visando assegurar o necessário equilíbrio territorial", sugere ainda "a disponibilização de apoios à criação de rotas nacionais e europeias noutros aeroportos portugueses, devidamente geridos pelas entidades regionais de promoção externa".

 

De resto, a ACP "recusa qualquer tentativa de menorização do seu papel", considerando que  "a intervenção que tem mantido sobre este tema, e da qual não abdica, obedece ao cumprimento dos seus estatutos e à defesa dos interesses dos seus associados".

 

Por outro lado, remata, "acompanha uma longa tradição de promoção das infraestruturas aeroportuárias da Região Norte, indispensáveis ao respetivo desenvolvimento económico".

 

Ver comentários
Saber mais tap acp associação comercial do porto rui moreira nuno botelho Christine Ourmières-Widener
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio