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Novo aeroporto. Promotor do projeto de Santarém acusa CTI de não cumprir recomendações para UE
O consórcio para o aeroporto em Santarém defende que a análise da comissão técnica às zonas de influência não está conforme as recomendações da Comissão Europeia, o que acaba por ter múltiplas implicações. E está confiante que, independentemente do partido, o próximo Governo irá ver as vantagens do projeto.
O Magellan 500, consórcio promotor do projeto para o novo aeroporto em Santarém, continua a defender que desenharam a melhor solução para a nova infraestrutura aeroportuária.
Através do seu porta-voz, Carlos Brazão, lança várias críticas ao relatório preliminar da avaliação ambiental estratégica apresentado a 5 de dezembro, e que apontou o Campo de Tiro de Alcochete e Vendas Novas como as únicas soluções viáveis. E garante que amanhã, o último dia do prazo da consulta pública do relatório, vão apresentar uma pronúncia de quase "200 páginas densas" a tentar justificar Santarém como "opção viável".
Numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira de manhã, Carlos Brazão elencou alguns dos que considera serem os principais pontos que, nas suas palavras, resumem a pronúncia que irão submeter à decisão preliminar da Comissão Técnica Independente (CTI), liderada por Maria Rosário Partidário esta sexta-feira.
O responsável do consórcio - que garante que iria construir o novo aeroporto sem dinheiro público - considera a conclusão da CTI de a Magellan 500 ser inviável para um hub uma " interpretação abusiva do relatório da NAV". Em causa está o facto de a construção de uma infraestrutura na zona apresentada poder condicionar o espaço aéreo da base de Monte Real.
Uma conclusão que vai ser refutada na pronúncia, com Carlos Brazão a referir que há "soluções para este problema". Esta foi, aliás, uma das primeiras medidas que começaram a ser afinadas pelo consórcio assim que tiveram conhecimento do relatório preliminar apresentado no final do ano passado.
Carlos Brazão assegurou ainda que "não é preciso mudar as pistas" para resolver este obstáculo. "O point merge [procedimentos de aproximação às pistas] pode ser alinhado com as pistas e ao ser feito de outra maneira e evitar a zona de Monte Real". É o tipo de solução que em diálogo com os diferentes stakeholders se afina", apontou no encontro que contou também com o presidente da câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
Mas as acusações do responsável às conclusões da CTI vão mais longe, apontando que no que diz respeito às zonas de influência, estão " desconformes com a União Europeia". "A definição pela comissão Europeia é: a zona de influência de um aeroporto é normalmente fixada em 100 km ou 60 minutos de carro", referiu. A distância tem sido uma das barreiras apontadas. Mas, como destacou, "há outros aeroporto internacionais com distâncias superiores" à e Santarém. "O relatório da CTI é desconforme com as definições da UE", reforçou.
Questionado se considera que houve algum tipo favorecimento pela solução de Alcochete, disse recusar "fazer processos de intenção". "Agora, as evidências estão aqui". "Não vou fazer exercícios sobre os motivos pelos quais a análise apontou para Campo de Tiro de Alcochete e Vendas Novas. O que é mais gritante é as zonas de influência, que não são conforme com a UE", reforçou.
Quanto às expectativas de a opção ser considerada viável no relatório final que terá de ser apresentado depois pela CTI, depois da análise dos comentários à consulta pública, o porta-voz da Magellan 500 mostra-se confiante.
"Vamos fazer a pronúncia e esperar que desta vez seja considerada e vamos esperar pelo próximo Governo e ter um diálogo construtivo sobre Santarém ser a opção de futuro", comentou. Sobre as preferências do partido vencedor após as eleições de 10 de março, disse apenas que têm "confiança no projeto, independentemente dos partidos".
(Notícia atualizada às 12h50)