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Noruega quer ser pioneira em aviões eléctricos

Com algumas das rotas aéreas mais movimentadas da Europa, que transportam passageiros por paisagens montanhosas e acidentadas, o sector de aviação da Noruega prepara-se agora para a electrificação.

Bloomberg
23 de Junho de 2018 às 20:00
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A Noruega é um dos maiores mercados da Tesla, com cerca de 8.500 carros vendidos no ano passado. Agora, a nação cujo slogan turístico é "Movida pela Natureza" quer ser pioneira no mercado de aviões eléctricos. A Wideroe, uma empresa aérea local que opera aviões pequenos em voos de curta distância, não vê grandes barreiras tecnológicas à frente e tenciona lançar a sua primeira aeronave comercial movida através de energia eléctrica dentro dos próximos 10 anos.

 

"Hoje operamos com a menor aeronave para as rotas mais curtas, baseada numa tecnologia antiga, desenvolvida na década de 1970", disse o CEO da Wideroe, Stein Nilsen em entrevista. "Houve muitos avanços no sector de aviação, mas não nas aeronaves menores."

 

Entretanto houve um voo inaugural de um avião eléctrico de dois lugares que descolou do aeroporto de Oslo com o ministro dos Transportes do país como passageiro. O avião, produzido pela fabricante eslovena Pipistrel, pode voar por até uma hora.

 

Metas para emissões

O maior exportador de petróleo e gás da Europa Ocidental prometeu reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 40% até 2030. Cerca de metade dos carros novos vendidos no país são eléctricos (a Alemanha ultrapassou a Noruega recentemente como maior mercado de carros eléctricos da Europa) e também estão a ser construídas balsas movidas a baterias. O impulso rumo aos aviões eléctricos deverá reduzir as emissões ainda mais, apesar do cepticismo dos ambientalistas.

 

"O crescimento da aviação norueguesa e internacional é um dos grandes motores da mudança climática, que está completamente fora de controlo", afirmou Truls Gulowsen, director do Greenpeace na Noruega. "Mesmo que haja uma pequena possibilidade de podermos colocar algumas aeronaves eléctricas pequenas no ar para distâncias curtas, não há nenhum indicativo de que conseguiremos substituir as distâncias de médio e longo curso da actualidade com propulsão eléctrica."

 

A mensagem não é compartilhada pela Wideroe, que compara o que está a acontecer no sector de aviação com a rápida transformação actual da indústria automóvel.

 

"Aqueles que precisam dirigir carros movidos a combustíveis fósseis continuarão a comprar esses carros, mas as emissões totais (do sector) estão a cair", disse Nilsen, da Wideroe. "Devemos ter uma visão semelhante para o sector de aviação."

 

A Norwegian Air, a maior companhia aérea da Noruega e a terceira maior empresa de voos de baixo custo da Europa, já expandiu a sua frota com aeronaves económicas, como o Boeing 737 MAX. Mas, a exemplo de outras aéreas grandes, não tem planos de adoptar a electrificação enquanto a tecnologia não amadurecer.

 

"Quando as aeronaves eléctricas forem capazes de substituir as máquinas comerciais actuais, é claro que teremos interesse", disse o porta-voz Lasse Sandaker-Nielsen.

(Texto original:Tesla-Loving Norway Wants to Be a Pioneer in Electric Planes)

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