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Ministro das Infraestruturas e nova comissária sabiam de operação suspeita na TAP
Em causa uma carta assinada por Neeleman e Pedrosa dirigida à Parpública, com o conhecimento do Governo, em que eram explicados os contornos do negócio que envolvia a compra de aviões da Airbus com uma injeção de capital superior a 200 milhões de euros.
O atual ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e Maria Luís Albuquerque, proposta para comissária europeia pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, sabiam, em 2015, da operação "suspeita" que permitiu a David Neeleman e David Pedrosa a injeção de 226,7 milhões de euros na TAP, através da Atlantic Gateway (AG) com fundos da Airbus.
A notícia, avançada esta quarta-feira pelo Correio da Manhã e jornal Público, parte das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a operação de privatização da companhia aérea em 2015.
De acordo com os dois jornais, o governo de então, liderado por Pedro Passos Coelho, sabia dos contornos do negócio que a IGF considera que "contornou" a lei das sociedades comerciais, dado que a TAP pagaria o valor da injeção à Airbus através da compra de 53 aviões A320 e A330 neo.
A AG, empresa de Neeleman e Pedrosa que adquiriu a TAP, deu conhecimento formal dessa operação de capitalização da TAP à Parpública e ao Governo, em 16 de outubro de 2015.
A privatização da TAP foi acompanhada numa primeira fase pela secretária de Estado do Tesouro (que reportava à então ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque) e a Sérgio Monteiro, à data secretário de Estado das Infraestruturas que respondia a António Pires de Lima. Mas quando a privatização foi concluída, em novembro, esta pasta já era ocupada pelo atual ministro Miguel Pinto Luz.