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Finanças dizem que Neeleman recebeu 55 milhões por 22,5% da TAP sem “cálculos objetivos”
A Inspeção-Geral de Finanças veio agora dizer aos deputados do PSD que estava convicta "de que o valor de 55 milhões de euros não estaria suportado em cálculos objetivos, antes teria decorrido de um processo negocial".
Em resposta às questões mais recentes dos deputados do PSD no seguimento da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP - face ao valor pago pelo Estado a David Neeleman para este vender a sua participação de 22,5% em 2020 - a entidade veio agora explicar que estava convicta "de que o valor de 55 milhões de euros não estaria suportado em cálculos objetivos, antes teria decorrido de um processo negocial que ponderou vários aspetos", avança o ECO esta segunda-feira.
Por esse motivo, acrescenta, "não foram questionados os membros do Governo que assinaram o diploma". Na auditoria realizada, a IGF não questiona o decreto-lei n.º 39-B/2020, mas assinala que "não foram facultados os pressupostos inerentes ao cálculo do respetivo valor". O PSD também questionou ainda o Ministério das Finanças sobre a existência de informação de suporte ao negócio, que respondeu que "não foram encontrados estudos".
Por outro lado, às questões enviadas pelos deputados social-democratas à DGTF, esta entidade respondeu que "não realizou nem teve acesso a quaisquer estudos para a fundamentação de 55 milhões de euros pagos à Atlantic Gateway", pela participação acionista de David Neeleman. E informou também que, com base nas últimas contas fechadas da TAP quando se concretizou a aquisição à Atlantic Gateway, em outubro de 2020, referentes ao exercício de 2019, o valor contabilístico (ativo deduzido do passivo) da TAP SGPS era negativo em 578,8 milhões de euros.