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Lufthansa afunda em bolsa com risco de chumbo do resgate
O maior acionista individual da companhia aérea poderá votar contra o plano de salvação da Lufthansa.
As ações da Lufthansa arrancaram a semana em queda acentuada na bolsa, reagindo ao cenário de o resgate da companhia aérea alemã ser chumbado pelos acionistas.
As ações desvalorizam 6,41% para 9,518 euros, atingindo mínimos do final do mês passado.
A companhia aérea alemã enfrenta uma semana decisiva para o seu futuro, sendo que o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, alertou este domingo que resgate do governo alemão à empresa, no valor de nove mil milhões de euros, está em risco de ser rejeitado pelos acionistas.
Apenas os detentores de 38% do capital da empresa registaram-se para a assembleia-geral extraordinária de quinta-feira, refere Spohr numa carta aos funcionários a que a Bloomberg teve acesso este domingo. Isto significa que o plano terá de ser aprovado por dois terços dos acionistas em vez da maioria simples exigida caso o capital representado fosse de pelo menos 50%.
Desta forma, o futuro da maior companhia aérea europeia está, em grande medida, nas mãos do bilionário alemão Heinz-Hermann Thiele, maior acionista da Lufthansa, com uma participação de 15%.
Na semana passada, Thiele afirmou que não gostava do plano de resgate, o que gerou especulações de que poderá chumbar o acordo com o objetivo de reabrir as negociações com o governo alemão.
Se o plano for aprovado, Thiele verá a sua posição acionista fortemente diluída e perderá influência na companhia aérea, daí que esteja a equacionar chumbar o plano. O investidor tem marcada para esta segunda-feira uma reunião com o CEO da Lufthansa e com os dois ministros que definiram os termos do resgate,
Na missiva aos funcionários, Spohr refere não ter a certeza de que o plano seja aprovado e acrescenta que a empresa irá negociar com o governo liderado por Angela Merkel antes de requerer a insolvência, o cenário que a administração está empenhada em evitar.