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Lacerda Machado foi alvo de pressão política na TAP, mas não de António Costa

O antigo administrador da TAP garantiu que a relação com o primeiro-ministro, de quem é amigo próximo, é de “consideração” e não de "subordinação".

Miguel Baltazar
11 de Maio de 2023 às 21:01
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Diogo Lacerda Machado, antigo administrador não executivo da TAP, admitiu que foi alvo de pressão política quando esteve na companhia aérea, mas não por parte de António Costa, de quem é amigo próximo.


"O senhor primeiro-ministro jamais me pressionou", assegurou na comissão parlamentar de inquérito à TAP. A relação entre o advogado, que foi o braço direito de António Costa na reversão parcial da privatização da TAP em 2016, e o primeiro-ministro é de "respeito e consideração", e não de "subordinação", apontou.

Instado a esclarecer os momentos de pressão referidos, sublinhando que tinham sido poucos, Lacerda Machado referiu apenas que estiveram relacionados com a aprovação de orçamentos da empresa. Na altura, o secretário de Estado com quem lidava era Alberto Souto Miranda - adjunto de Pedro Nuno Santos. 

Na base do desentendimento esteve a "pressão" para não aprovar um orçamento. Como acabou a história? "Expliquei que o orçamento da TAP não era para fazer política", contou o advogado que está a ser ouvido pela segunda vez no Parlamento esta semana depois de na terça-feira ter estado na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação por requerimento do PS. 

Na altura, em janeiro de 2020, explicou ao Governo que a legitimidade da sua decisão "vinha da eleição em assembleia-geral". Mas caso a tutela setorial tivesse outro entendimento, estava disposto a apresentar renúncia ao cargo.

Falando ainda sobre a relação com António Costa, Lacerda Machado garantiu que foram poucas as vezes que falaram sobre a TAP. E segundo o ex-administrador, que apresentou demissão em março de 2021, a última vez que falaram sobre o tema foi em abril de 2020. E nessa mesma data Lacerda Machado sugeriu a Costa não falarem mais sobre o assunto.

A proposta para avançar com a comissão de inquérito à companhia aérea foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro de 2022.


(notícia atualizada às 23h15)
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