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Juiz dos EUA ordena condenação da Boeing por acidentes com modelo Max

A decisão de um juiz do Texas surgiu depois de familiares de algumas vítimas terem dito que o Governo dos Estados Unidos violou os direitos ao chegar a um acordo com a Boeing sem notificar primeiros as famílias.

DR
20 de Janeiro de 2023 às 05:39
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Um juiz norte-americano ordenou quinta-feira que a Boeing seja condenada de crime decorrente de acidentes com dois jatos 737 Max, uma decisão que ameaça desfazer um acordo a multinacional havia negociado para evitar processos.

A decisão de um juiz do Texas surgiu depois de familiares de algumas vítimas terem dito que o Governo dos Estados Unidos violou os direitos ao chegar a um acordo com a Boeing sem notificar primeiros as famílias.

O juiz do Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Reed O'Connor, ordenou que a Boeing enviasse um representante ao seu juízo, em Fort Worth, Texas, na próxima quinta-feira para acusação.

"As famílias estão ansiosas para abordar a empresa responsável pela morte dos seus entes queridos na audiência da próxima semana", disse Paul Cassell, advogado de familiares de algumas das 346 pessoas mortas nos acidentes.

À agência de notícias Associated Press (AP), um porta-voz da Boeing disse que a empresa não tinha comentários a fazer. Também o Departamento de Justiça permaneceu em silêncio.

O'Connor determinou em 2022 que os familiares dos mortos nos acidentes são vítimas de crimes sob a lei federal e deveriam ter sido consultados antes de o Departamento de Justiça fazer um acordo, no qual a Boeing pagou 2,5 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) para evitar processos criminais por burlar reguladores federais que aprovaram o modelo 737 Max.

A Boeing concordou em pagar uma multa de 243,6 milhões dólares (224,8 milhões de euros) e criar um fundo de 500 milhões de dólares (cerca de 461 milhões de euros) para compensar as famílias das vítimas.

O primeiro voo de passageiros de um Max ocorreu em maio de 2017. Os acidentes aconteceram em outubro de 2018 na Indonésia e menos de cinco meses depois na Etiópia.

Em ambas as aeronaves, o sistema de controlo havia feito uma leitura defeituosa de um único sensor na fuselagem.

A Administração Federal de Aviação desoprimiu os jatos Max para retomar os voos no final de 2020, depois de a Boeing ter redesenhado o sistema de voo.

Os acidentes levaram a investigações do Congresso dos Estados Unidos, que fez alterações em como a Administração Federal de Aviação irá certificar os aviões no futuro.

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