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João Leão considera declarações de Arnaut "infelizes" e "desapropriadas"

Para João Leão, tais afirmações revelam "um certo desconhecimento de como é que é um processo de tomada de decisões de um governo".

Mesmo em pandemia, João Leão, ministro das Finanças, terminou o ano com um resultado orçamental melhor do que a meta que tinha definido.
Sérgio Lemos
30 de Setembro de 2022 às 14:38
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O ex-ministro das Finanças João Leão considera as declarações do 'chairman' da ANA, que o acusou de ter sido força de bloqueio nas obras do aeroporto, "infelizes" e "desapropriadas", revelando, diz, "desconhecimento" sobre o processo de decisões num governo.

"Acho estranho isso ser dito passado um ano. Acho que a ser dito deveria ter sido dito na altura. Parecem-me declarações que são infelizes e desapropriadas", disse João Leão, numa entrevista à Lusa, que será divulgada na íntegra este sábado, quando questionado sobre as declarações do presidente do Conselho de Administração da ANA, José Luís Arnaut.

O 'chairman' da ANA falava, esta semana, na 6.ª Cimeira do Turismo Português, quando afirmou esperar que com o novo ministro das Finanças, Fernando Medina, sejam autorizadas as obras de melhoria do aeroporto de Lisboa, depois de João Leão ter sido uma "força de bloqueio".

"Havia uma força de bloqueio que não permitiu que nós conseguíssemos avançar com o projeto das obras -- e agora espero que sejam ultrapassadas [com o novo ministro] -- foi o senhor o ministro Leão, do Ministério das Finanças", disse José Luís Arnaut.

Para João Leão, tais afirmações revelam "um certo desconhecimento de como é que é um processo de tomada de decisões de um governo".

"Não corresponde ao que aconteceu", vincou.

O antecessor de Fernando Medina defendeu que as declarações do responsável da ANA "não dignificam o cargo do responsável de uma grande empresa a nível português", considerando que em tais funções "deve manter e procurar manter a seriedade e o sentido de responsabilidade nas suas declarações".

José Luís Arnaut salientou, durante a sua intervenção, que a ANA é gerida "como uma PPP [parceria público-privada]", explicando que qualquer obra de investimento que tenha a ver com a infraestrutura só pode ser feita com conhecimento e autorização no âmbito das competências da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, "que são as Finanças".

Aliás, "nós nomeámos os nossos representantes, o Ministério das Infraestruturas chegou a nomear os seus próprios representantes, o senhor ministro Leão, às seis cartas de pedido de nomeação de uma comissão para avançarmos para as obras do aeroporto nada disse", apontou o gestor.

Agora, "temos um novo ministro das Finanças [Fernando Medina], temos uma nova determinação do Governo, acreditamos que agora estão reunidas as condições para que rapidamente a UTAP [Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos] se sente à mesa connosco, aprove o projeto que nós temos para melhoria do aeroporto", rematou José Luís Arnaut.


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