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Humberto Pedrosa garante que 226 milhões do negócio Airbus "ficaram na TAP"

Humberto Pedrosa continua a acreditar no futuro da TAP e se "tivesse mil milhões de euros colocava-os na TAP". Sobre os fundos Airbus, garante que os 226 milhões de euros ficaram na empresa.

Sérgio Lemos
09 de Maio de 2023 às 20:02
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Humberto Pedrosa, antigo acionista e administrador da TAP, assegurou que, ao contrário do seu sócio David Neeleman, saiu da companhia aérea sem receber nada em troca. A garantia foi dada pelo dono da Barraqueiro que está a ser ouvido esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP. 

Questionado pelo deputado da IL Bernardo Blanco sobre esta situação e se não a achava estranha, explicou que, na sua visão, 
há uma diferença entre eles enquanto acionistas: "David Neeleman era investidor, entrou para ter uma mais-valia num determinado tempo. Eu sou empresário, vejo as companhias a longo prazo".


Humberto Pedrosa entrou no capital da companhia aérea com cinco milhões de euros, em 2015, quando venceu a privatização com o consórcio Atlantic Gateway. O seu sócio, David Neeleman, entrou com o mesmo valor, garantiu.   Porém, quando em dezembro de 2021 saiu da TAP, onde chegou a ser dono de mais de metade do capital
 através da HPGB, não recebeu nada, ao contrário do seu sócio norte-americano - que recebeu 55 milhões de euros. 

Ao longo da sua audição, que começou com uma hora e meia de atasao, foram várias as vezes que Humberto Pedrosa manifestou acreditar que não se arrepende do investimento que fez e que continua a acreditar no futuro da companhia aérea. "Se eu tivesse mil milhões de euros, colocava-os na TAP".

"Acredito na TAP, é uma boa companhia, uma grande marca. Precisa é de ter uma boa gestão", apontou.

A Atlantic Gateway venceu a privatização da TAP em 2015, na reta final do Governo liderador por Passos Coelho, tendo ficado com uma participação de 61% na companhia aérea. 

Quando o Governo de António Costa assumiu funções, decidiu reverter parcialmente a privatização, tendo o 
 consórcio reduzido a sua fatia para 45% e o Estado reforçou de 39% para 50%. Os restantes 5% ficaram nas mãos dos trabalhadores. Em 2022, após a injeção de 3,2 mil milhões de euros no âmbiro do plano de reestruturação, o Estado reforçou a sua posição ficando com a totalidade do capital.


Negócio Airbus sem "irregularidades"

Sobre o negócio com a Airbus, que permitiu 226 milhões de euros usados para capitalizar a TAP, o dono da Barraqueiro disse que as negociações foram feitas por David Neeleman, antes de se tornarem parceiros no consórcio Atlantic Gateway.


Humberto Pedrosa admitiu que, na altura, "nem sabia quanto valia um avião". No entanto, não acredita que "tenha havido alguma irregularidade". "Foram feitas algumas análises sobre o negócio em si e reconheço que estaria tudo normal".


O antigo aciomista assegurou ainda que os 226 milhões de euros ficaram na TAP e não têm nada a ver com a saída de David Neeleman da companhia aérea portuguesa. "Ninguém tirou o dinheiro", afirmou.

No final do ano passado, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, revelou que o Governo tinha enviado para o Ministério Público (MP) a auditoria realizada pela administração da TAP à compra de aviões durante a gestão de David Neeleman.

Na altura, a TAP desistiu do contrato para o leasing de 12 aeronaves A350 que tinha com a Airbus e celebrou um novo contrato com a mesma empresa para a compra de 53 novos aviões. Em causa estão suspeitas de a companhia ter pago mais pelos aviões do que os concorrentes e de que o dinheiro ganho com esta operação terá sido usado por Neeleman para entrar no capital da companhia aérea.


(Notícia atualizada)
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