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Groundforce já tem em marcha plano de contingência para minimizar impacto da greve

O vice-presidente da Menzies Aviation Porugal, nova dona da Groundforce, assegura estar disponível para dialogar com Sttamp e deixa o aviso que paralisação pode atrasar plano de recuperação da empresa de "handling". O sindicato avançou com pré-aviso de greve para os dias 31 de agosto e 1 de setembro em protesto pelos salários baixos, entre outras reinvindicações.

Quatro propostas de compra da Groundforce foram formalizadas junto do Montepio.
Miguel Baltazar
21 de Agosto de 2024 às 17:06
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A Menzies Aviaton, que concluiu a compra de 51% da Groundforce em junho, lamenta que o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) tenha avançando com o pré-aviso de greve para os dias 31 de agosto e 1 de setembro, assegurando que não tentaram dialogar antes. E garante que já tem em curso planos de contingência para minimizar possíveis perturbações.

"Estamos profundamente desiludidos com a decisão de alguns dos nossos sindicatos em avançar imediatamente para a greve sem que, primeiro, procurassem dialogar connosco para encontrar uma solução conjunta e resolver esta questão", comentou Rui Gomes, vice-Presidente da Menzies Aviation em Portugal, em respostas enviadas ao Negócios.

 

Os trabalhadores que integram o Sttamp aprovaram a paralisação em protesto pela existência de "vencimentos base inferiores ao salário mínimo nacional",  contra "o recurso sistemático a trabalhadores de empresas de trabalho temporário" e o "trabalho suplementar em incumprimento com os limites legais em vigor". 

A nova dona da Grounforce, lembra que "há cerca de três meses", quando a Menzies Aviation adquiriu empresa portuguesa de serviços de assistência em terra, acordaram um plano de recuperação para a empresa, com a aceitação de 98% dos nossos credores e da maioria dos trabalhadores. E no âmbito deste compromisso, "todos os sindicatos assinaram o novo Acordo de Empresa, que inclui condições salariais superiores à remuneração mínima garantida nacional", segundo Rui Gomes. Agora, "infelizmente, alguns sindicatos, que representam apenas parte da nossa força de trabalho em Portugal, pretendem  renegociar os termos acordados há menos de três meses", acrescenta o responsável.

Na visão do vice-presidente da Menzies Aviation Portugal esta greve, "para além da alteração significativa dos compromissos estabelecidos no Acordo de Empresa em vigor", é "fortemente disruptiva durante um período, já por si, de grande atividade para a aviação em Portugal e poderá atrasar o plano de recuperação que implementámos. E assegura, sem detalhar pormenores, que estão já em curso "planos de contingência robustos para garantir que as possíveis perturbações sejam minimizadas" aos seus  clientes e passageiros.

 

Rui Gomes garante ainda que têm a porta aberta para o diálogo: "Mantemos o nosso compromisso de colaborar com todos os sindicatos em Portugal, em prol do bem-estar de todos os nossos trabalhadores e do contributo económico do setor da aviação no país."

Sttamp garante serviços mínimos

Segundo o pré-aviso da greve, os trabalhadores assegurarão os serviços necessários à segurança e manutenção dos equipamentos e instalações e a prestação dos serviços mínimos "indispensáveis à satisfação das necessidades sociais impreteríveis", entre os quais voos ambulância e de situações de emergência declarada.

Na lista de reivindicações do Sttamp está a "imediata reabertura de janela negocial que regulamente as tabelas de vencimentos base de modo a que nenhum nível seja inferior ao Salário Mínimo Nacional", a imediata "regulamentação das situações de contratação precária e/ou empresas de trabalho temporário", bem como  o reconhecimento e valorização dos "profissionais do 'handling' que, diariamente garantem o funcionamento dos aeroportos nacionais".


O Sttamp justifica a greve com o facto de "que mais uma vez, independentemente do motivo ou da origem que fragiliza a empresa" serem sempre "os trabalhadores a pagar a fatura".

A Menzies Aviation anunciou em junho ter concluído a aquisição de 50,1% na Groundforce Portugal, mais de um ano após o anúncio do acordo para entrada do novo acionista, em março de 2023.

O plano de recuperação da Groundforce, que entrou em insolvência a 2021 a pedido da TAP, previa que a Menzies ficasse com a maioria do capital da empresa de serviços de assistência em terra. A restante fatia [49,9%] ficou com a TAP SGPS através da conversão de créditos em capital. Mas, no futuro, esta percentagem poderá passar, pelo menos em parte, para as mãos da Menzies. Esta é uma das cláusulas do acordo, como tinha revelado, em entrevista ao Negócios em junho de 2023, Hassan El-Houry, presidente executivo da Menzies Aviation.

A Menzies prevê um investimento inicial de 12,5 milhões de euros na Groundforce.

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