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Greve dos tripulantes vai custar 68 milhões à TAP

A companhia aérea diz que a paralisação de sete dias vai levar ao cancelamento de 1.316 voos e afetar 156 mil passageiros, o que representa um custo total direto de 48 milhões de euros, em receitas perdidas e indemnizações aos passageiros, a que se podem somar mais 20 milhões de impacto potencial nas vendas para outros dias.

No ano passado, a TAP transportou 5,83 milhões de passageiros.
Miguel Baltazar
19 de Janeiro de 2023 às 17:28
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A greve dos tripulantes de cabine da TAP, que se vai realizar entre 25 e 31 de janeiro, vai levar ao cancelamento de 1.316 voos, afetando 156 mil passageiros, disse esta quinta-feira em comunicado a companhia aérea.

A paralisação, adianta ainda, "representa um custo total direto estimado de 48 milhões de euros (29,3 milhões em receitas perdidas e 18,7 milhões em indemnizações aos passageiros)", além de "perdas de 20 milhões adicionais devido ao impacto potencial nas vendas para outros dias e à sub-optimização de outros voos, com passageiros reacomodados".

A transportadora afirmou na nota divulgada que a decisão de avançar com uma greve de sete dias no final do mês "deita por terra todo o trabalho de aproximação entre as partes, deixando milhares de clientes da TAP com os seus planos defraudados e afetando seriamente os resultados da companhia".


"Num ano especialmente relevante para a concretização do Plano de Restruturação e que conta com desafios acrescidos, como a escalada da inflação, do preço dos combustíveis e a incerteza da procura, a decisão tomada pela assembleia geral do SNPVAC é infelizmente um obstáculo no caminho que temos traçado", diz a TAP, adiantando que para tentar mitigar os efeitos desta greve nos passageiros "está a construir um plano de contingência que permita minimizar os transtornos causados, designadamente, através do ajuste da operação, bem como através da flexibilização de alteração do agendamento das viagens e dos reembolsos de bilhetes".

Em reação à decisão dos associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) de recusar a proposta da administração da TAP, mantendo-se assim o pré-aviso de sete dias de greve, a companhia salienta que dos 14 pontos reivindicados "foram aceites 12, o que representa 85% das propostas em causa".

"Esta foi a segunda AG do SNPVAC realizada num curto espaço de tempo e vem na sequência de uma recente greve de dois dias, com impactos negativos na operação, nas expetativas dos passageiros, e de 8 milhões nas contas da empresa, aponta, sublinhando que "houve, entretanto, um considerável avanço nas conversações entre a TAP e o SNPVAC, tendo a companhia aceitado grande parte das reivindicações apresentadas.

A título de exemplo, refere a questão de um tripulante de cabina adicional nos aviões de médio curso Airbus A321LR, no sentido de melhorar o serviço e a carga laboral destes profissionais.

As duas medidas excluídas 

Excluídas, explica, ficaram apenas duas medidas: o reconhecimento dos níveis de entrada e respetivos pagamentos, "não aceite devido a este tema estar atualmente a ser tratado em tribunal, havendo alguns casos já decididos a favor da TAP"; e adicionar um chefe de cabina nos aviões de longa distância (Airbus A330), "não aceite uma vez que a retirada deste tripulante foi devidamente aprovada pelo sindicato e seus associados, sendo incorporado no Acordo de Emergência, não tendo ao dia de hoje qualquer falha ou dúvida de interpretação adjacente".

Para a administração da TAP, "a cedência desta medida significaria vários milhões de euros, acrescidos ao esforço que já representam todos os pontos aceites, além de colocarem a TAP em desvantagem competitiva com os seus pares europeus que têm hoje menos um elemento também".

A companhia recorda ainda que "estava a ser analisada uma recompensa a todos os trabalhadores da TAP, na sequência dos resultados obtidos, e que, brevemente, seria anunciada", a qual "fica agora posta em causa".

Refere ainda que "a concorrência nesta indústria global é muito forte e a companhia disputa o mercado com outras companhias em todas as rotas que opera" e que "qualquer fator que comprometa esta confiança dos clientes na TAP põe em causa o caminho de recuperação que temos vindo a percorrer e todo o esforço e sacrifício conjunto que os trabalhadores têm feito".

"A estabilidade é fundamental para a empresa. E tem de ser construída com resultados e equilíbrio nas situações que impliquem alterações do caminho percorrido para reconhecer o esforço dos trabalhadores e acomodar as necessidades de manter a competitividade da empresa", diz ainda, reafirmando que "manteremos o foco na concretização do plano de reestruturação, pressuposto fundamental da obtenção de resultados e da salvaguarda do futuro da empresa".


(Notícia atualizada)

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