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Fernando Pinto: "Foram 15 anos de sobrevivência"

O ainda CEO recorda, num email enviado aos trabalhadores da TAP, a evolução da companhia nos 17 anos em que a liderou. Elogia o seu sucessor, que tal como ele "tem antepassados do Norte e cidadania portuguesa", e revela que continuará na empresa como assessor.

Miguel Baltazar
11 de Janeiro de 2018 às 12:07
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Fernando Pinto comunicou esta quinta-feira,11 de Janeiro, aos colaboradores da TAP que deixará a direcção executiva da empresa ao fim de 17 anos, mas que continuará por mais dois como assessor da companhia.

"Estes 17 anos na TAP foram a experiência mais enriquecedora da minha carreira. Não teria conseguido fazê-lo sem cada um de vós, de todos, os que já cá estavam quando cheguei e de todos os que foram entrando e que vi crescer profissionalmente com o passar dos anos, tal como a companhia", afirma o gestor no email enviado aos trabalhadores a que o Negócios teve acesso.

"A TAP é hoje três vezes maior do que quando eu aqui cheguei e cresceu muito também nestes dois anos de privatização. É hoje também uma das maiores empregadoras do País. Saio com a certeza de que a empresa está numa rota de crescimento. O nosso caminho é crescer", afirma ainda Fernando Pinto, acrescentando que irá "acompanhar esse crescimento de perto, uma vez que continuarei ligado à companhia nos próximos dois anos enquanto assessor da TAP".

"Não é assim, nem jamais será, um adeus. É altura de fazer um balanço e ele é muito positivo", aponta.

Fernando Pinto recorda na carta que há 17 anos, quando chegou à TAP, tinha como missão privatizar a empresa. "Foi, como todos sabemos, um processo difícil, feito de muitos obstáculos e dificuldades".

A empresa, lembra, "enfrentava constrangimentos de ordem financeira que impunham a privatização. E enquanto esse objectivo não se concretizava, a empresa tinha de sobreviver. Esse foi um dos maiores desafios da minha equipa de gestão. Foram 15 anos de sobrevivência".

"Sobreviver à falta absoluta de capital, às imensas flutuações cambiais, à reestruturação da frota e por fim à chegada das low cost. Lembro de momentos de grandes desafios mas, acima de tudo, momentos de superação, em que foi possível, com a ajuda de todos, acreditar que a empresa tinha futuro", frisa o gestor.

E recorda que "a estratégia passou sobretudo por olhar além-fronteiras e tirar partido da posição geográfica do hub de Lisboa. Crescer. Aumentar rotas no Brasil, África e Europa. Tornámo-nos então na companhia aérea líder nas ligações entre a Europa e o Brasil".

"A privatização da empresa, concretizada há dois anos, permitiu iniciar um novo ciclo na TAP. A meta que tinha imposto a mim e à minha equipa foi finalmente atingida. Era vital para a empresa, como se pode comprovar hoje, após este período de resultados extremamente positivos. A empresa tem atingido resultados históricos sucessivos e a sua saúde financeira é cada vez mais uma realidade, o que nos permite ter grande confiança no caminho que estamos a seguir", diz ainda o gestor.

Agradecendo os resultados conseguidos aos colaboradores e aos membros da sua equipa, Fernando Pinto salienta ainda que "a TAP é hoje uma companhia com uma estratégia clara e bem definida, bem posicionada numa estratégia de crescimento", tendo fechado 2017 com mais 14 milhões de passageiros transportados, "uma meta que parecia inalcançável até há bem pouco tempo".

Na carta, afirma ainda que os accionistas da Atlantic Gateway já propuseram o nome de Antonoaldo Neves para assumir a liderança, enquanto CEO da TAP, após a aprovação em assembleia geral no dia 31 de Janeiro.

"Não podia estar mais contente e entusiasmado com esta escolha para assumir os destinos da TAP. É a pessoa certa, e pela qual tenho grande admiração. Aliás, fui eu mesmo quem o convidou para nos ajudar no programa de crescimento que lançámos há dois anos, o que lhe permitiu conhecer detalhadamente a companhia", acrescenta.

Do seu sucessor, o gestor sublinha tratar-se de "um profissional com grande know how no sector, com experiência enquanto consultor da Mckinsey e membro do conselho de administração da empresa brasileira de aeroportos, a convite do Estado brasileiro. Executivo de perfil internacional ligado ao sector da aviação há cerca de 15 anos, foi também responsável pela colocação na Bolsa de NY e de SP da Azul Linhas Aéreas, no que foi o primeiro IPO de uma empresa brasileira nos últimos três anos".

"Além disso, temos mais em comum: o Antonoaldo, tal como eu, tem antepassados do Norte e também tem cidadania portuguesa", revela.

Na carta, Fernando Pinto diz-se ainda "absolutamente seguro de que com a liderança de Antonoaldo, a TAP continuará neste incrível processo de crescimento. Assim, o meu sentimento hoje é de absoluta realização profissional e pessoal. De missão cumprida. A empresa está no bom caminho e sinto-me plenamente realizado".

"Acredito que devemos todos sentir-nos felizes ao ver aquilo em que a TAP se transformou: numa empresa notável que em 17 anos triplicou o seu tamanho: três vezes mais receitas, três vezes mais passageiros, três vezes mais rotas e três vezes mais aviões. Hoje a companhia está presente em 85 destinos, em 35 países. (...) Todos nós devemos estar muito orgulhosos do contributo que demos para o crescimento do nosso país", termina a carta aos colaboradores.

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