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EUA querem alargar proibição de laptops nas cabinas aos voos de todo o mundo
A Administração de Donald Trump está a pensar alargar a proibição de uso de laptops nas cabinas dos aviões comerciais que já vigora face a alguns países, sobretudo do Médio Oriente e Norte de África. O Financial Times avança que a ideia, agora, é estender essa interdição a todos os voos de qualquer parte do mundo para os Estados Unidos.
Na semana passada, a agência noticiosa britânica Reuters e o website norte-americano de notícias e opinião The Daily Beast davam conta de que o governo norte-americano estaria a ponderar expandir, para incluir países europeus, uma interdição que já aplica a alguns países, maioritariamente do Médio Oriente e do Norte de África: o uso, nas cabinas de voo dos aviões comerciais, de computadores portáteis (laptops).
Segundo o The Daily Beast, a medida, que estava a ser pensada pelo Departamento [equivalente aos nossos ministérios] de Segurança Interna dos EUA, visaria proibir laptops nas cabinas de todos os voos da Europa para os Estados Unidos. Já a Reuters refere que a medida se destina apenas a alguns países europeus.
Agora, o Financial Times avança que a ideia é mesmo banir os laptopts nas cabinas dos voos oriundos de qualquer parte do mundo com destino aos Estados Unidos.
Segundo o FT, vários altos responsáveis do Departamento norte-americano de Segurança Interna que estiveram reunidos com comissários europeus em Bruxelas, esta semana, afirmaram que se Washington alargar esta interdição, ela não se restringirá à Europa, mas sim a qualquer voo com destino a território norte-americano.
Foi também dada garantia a Bruxelas de que qualquer extensão desta proibição será comunicada antecipadamente, de modo a dar tempo de alertar os Estados-membros da UE e as companhias aéreas europeias.
Os responsáveis da UE e dos EUA envolvidos nesta questão irão reunir-se de novo, desta vez em Washington - na próxima semana, de modo a debaterem as questões práticas que se colocam com o alargamento deste "boicote" aos laptops, frisa o jornal britânico.
Em Março passado, recorde-se, os Estados Unidos anunciaram restrições aos laptops e tablets nos voos provenientes de 10 aeroportos, incluindo dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar e Turquia.
Essa interdição teve sobretudo a ver com os receios dos norte-americanos de que haja terroristas que encontrem formas de transformar os computadores portáteis em bombas capazes de derrubar um avião.
O alargamento desta proibição tem estado a ser estudado e ainda não está concluído porque se está a avaliar a melhor forma de garantir que as baterias de lítio armazenadas juntamente com a bagagem não explodem em pleno voo.
A questão dos computadores portáteis nos aviões comerciais terá também sido um dos temas de conversa no encontro de Donald Trump com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, e o embaixador russo nos EUA, Sergeyi Kislyak – em que supostamente o presidente dos EUA poderá ter comprometido informação secreta e sensível sobre o autoproclamado Estado Islâmico.
A Administração Federal de Avião dos EUA reportou 33 incidentes em 2016 relacionados com dispositivos electrónicos pessoais transportados pelos passageiros nas cabinas que provocaram emergências de incêndio durante os voos. Destes, três aconteceram com computadores portáteis e dois com tablets, sendo que dois dos casos mais sérios ocorreram em viagens da Delta e envolveram laptops.