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Descubra como voam os magnatas asiáticos

Conjuntos de chá Hèrmes, sofás Burberry, mantas Chanel, pormenores em ouro e até jóias Swarovski no tecto. Os magnatas asiáticos apostam cada vez mais na personalização dos seus luxuosos jactos privados.

Bloomberg
05 de Março de 2016 às 16:00
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A proliferação de magnatas asiáticos está a fazer com que o mercado dos jactos comerciais aumente significativamente. A Bloomberg escreve que a frota de jactos privados vai triplicar até 2024 na China, com os magnatas a gastarem cada vez mais na personalização dos interiores.

 

"Os empreendedores privados na China não têm problemas em comprar aviões e gastar dinheiro neles", revela Ang Chye Kiat, vice-presidente da manutenção e modificação de aviões na Singapore Technologies Aerospace.

 

A Bloomberg conta que a maioria dos aviões privados de multimilionários chineses estão equipados com conjuntos de chá, talheres, caixotes de lixo e até utensílios de casa-de-banho da Hèrmes, sofás da Burberry, mantas Chanel, mesas de jogos, ecrãs para karaoke, detalhes em ouro e até jóias Swarovski embutidas no tecto, fazendo lembrar o cintilar das estrelas no céu. Também os assentos podem ser personalizáveis com couro de padrão Chanel e os interiores com materiais da Fendi, Giorgio Armani ou Versace também são populares entre os empresários mais ricos do Oriente, que começam a preferir os produtos de luxo ocidentais em vez das marcas asiáticas.

 

Jackie Wu, presidente da empresa de consultoria JetSolution Aviation Group, conta que um dos seus clientes de Hong Kong gastou 1,3 milhões de dólares (1,18 milhões de euros) só para personalizar o interior e o exterior de um avião Gulfstream G550 para que se assemelhasse a um Ferrari vermelho e preto, já que era o carro preferido da sua mulher.

 

"Os clientes asiáticos apreciam artigos artesanais e, claro, artigos de marca", disse à Bloomberg Howard Guy, CEO da empresa de consultoria Design Q.

 

Já não são apenas as grandes empresas que adquirem jactos comerciais. Os multimilionários da Ásia estão a encomendar jactos que podem custar mais de 70 milhões de dólares (cerca de 64 milhões de euros), juntando-lhes interiores personalizados.

 

A fabricante de aviões Bombardier diz que, até 2014, havia cerca de 16 mil jactos privados e que, só nos próximos oito anos, vão ser entregues 9 mil aviões privados, gerando cerca de 267 mil milhões de dólares (244,6 mil milhões de euros) em receitas para as fabricantes de aviões. Dos 9 mil aparelhos que serão vendidos até 2024, 17% já estão reservados para o mercado asiático.

 

"Todos acreditamos que o mercado asiático vai ser enorme", referiu Ang Chye Kiat. De acordo com a Bloomberg, nos próximos dez anos, os multimilionários asiáticos vão criar mais riqueza do que os norte-americanos e o aumento de magnatas na região deverá fazer com que os jactos privados de luxo tripliquem na China.

 

As fabricantes de aviões, como a Gulfstream Aerospace, a Airbus e a Bombardier, estão a apostar na região asiática, já que mais de 15% da frota dos aviões de luxo terá como destino a Ásia já a partir do próximo ano.

A frota de jactos privados na China pode triplicar até 2024.
A frota de jactos privados na China pode triplicar até 2024. Bloomberg

 

Jenny Lau, CEO da Sino Jet Management, empresa que trabalha com donos de jactos privados, referiu que "estas pessoas estão habituadas a hotéis de cinco estrelas e a restaurantes premiados com estrelas Michelin". "Todos os aspectos das suas vidas têm alta qualidade, e, no que toca à aviação, é a mesma coisa", acrescentou. E o luxo pode levar a que exijam puxadores em ouro, mesas de jogos ou espaços de entretenimento para consolas de jogos ou karaoke.

 

Mas, "qual o significado do luxo para os multimilionários? Eles são ricos em dinheiro, mas pobres em tempo. Um jacto é uma maneira de lidar com isso", explica David Velupillai, director de marketing da Airbus Corporate Jets. "A região da Ásia-Pacífico, em termos gerais vai ser o maior mercado a nível global nos próximos 20 anos", concluiu.

 

Segundo dados da agência Wealth-X e da UBS World, os donos de jactos comerciais asiáticos têm uma fortuna média avaliada em mil milhões de euros. Já a média a nível global é de "apenas" 474 mil milhões. Estes dados, citados pela Bloomberg, revelam ainda que os donos de jactos privados na Ásia são mais jovens e gastam mais 40% nas suas frotas do que o resto do mundo.

Na Ásia, os compradores de jactos privados constroem a sua fortuna nas áreas do consumo, imobiliário, casinos e matérias-primas.

Ainda assim, a Bloomberg escreve que estes jactos não servem apenas para ostentação. Os aviões privados têm ajudado os negócios dos empresários asiáticos, nomeadamente dos chineses. Só este ano, as empresas chinesas registaram cerca de 80 mil milhões de dólares (72,8 mil milhões de euros) em exportações, quase dois terços do registado na totalidade de 2015.

 

Os empresários chineses têm ignorado o pedido do presidente Xi Jinping para que se corte nos gastos com artigos de luxo e as fabricantes de aviões agradecem.

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