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CEO: TAP precisa de multiplicar lucros por sete

Antonoaldo Neves salienta, numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores, os resultados positivos que o grupo TAP conseguiu em 2017 mas diz que estes "ainda não são confortáveis" e que têm de ser multiplicados "pelo menos sete vezes".

Miguel Baltazar
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O presidente da comissão executiva da TAP, Antonoaldo Neves, considera que os resultados registados em 2017 pelo grupo – de 21,2 milhões de euros positivos – "ainda não são confortáveis, tendo em vista os compromissos que temos pela frente, bem como a volatilidade comum ao sector aéreo".

Numa mensagem enviada esta terça-feira, 24 de Abril, aos trabalhadores, a que o Negócios teve acesso, o CEO da empresa sublinha que "precisamos de multiplicar este resultado por pelo menos sete vezes para que se atinja a média de rentabilidade das outras companhias aéreas de nível global e para que haja sustentabilidade". Ou seja, face aos lucros de 21,2 milhões conseguidos em 2017, Antonoaldo Neves pretende que o grupo atinja os 150 milhões. "Os desafios são enormes", diz ainda.

Na mensagem, o CEO da TAP começa por salientar que o grupo registou resultados positivos no ano passado, no que foi "o melhor resultado dos últimos 10 anos".

A TAP SGPS obteve um resultado líquido positivo de 21,2 milhões de euros, montante que representa uma melhoria de 49 milhões de euros face ao prejuízo de 27,7 milhões registados em 2016.

"Tivemos um recorde no número de passageiros transportados (14,225 milhões), o que representou 21,6% a mais do que no ano anterior, sendo de referir o incremento de 27,8% dos proveitos em relação a 2016", refere ainda.

De acordo com Antonoaldo Neves, "o resultado poderia ter sido ainda melhor caso não tivéssemos registado um aumento do nosso custo unitário (CASK) – ou seja, o custo do voo por lugar – na TAP SA de cerca de 8%, quando comparado com 2016". Este é, aponta, "um desafio para este ano" de 2018.

Como acrescenta, todas as empresas participadas pela TAP SGPS contribuíram positivamente para os resultados do grupo, à excepção da TAP M&E Brasil, que apresentou um prejuízo operacional antes de impostos e juros de 28 milhões de euros e um prejuízo liquido de 50 milhões de euros.

"Estamos focados em reverter este quadro, com a busca da melhoria de processos e aumento de eficiência", afirma o CEO.

Em seu entender, estes "são bons resultados para uma empresa que vinha de prejuízos acumulados ao longo de muitos anos e que mostram que estamos já na transição para um novo ciclo na TAP, um ciclo em que criamos valor".

Como aponta ainda, "é muito importante criar valor, porque é através dele que podemos investir mais na nossa empresa e gerar também mais e melhores oportunidades para todos os colaboradores da TAP e continuar a contribuir para a economia portuguesa".

Como o Negócios avançou, só a companhia aérea obteve um lucro de 100,4 milhões de euros, o que representou um acréscimo de quase 200% face aos 33,5 milhões registados em 2016. O negócio da aviação mais do que compensou, assim, as perdas que a TAP Manutenção e Engenharia Brasil continua a registar, o que permitiu ao grupo sair do "vermelho".

Os resultados agora revelados pelo CEO da TAP aos trabalhadores ainda terão de ser aprovados na assembleia-geral da empresa que se realizará a 9 de Maio.

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