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CEO da TAP: “É normal que Governo queira interagir com a administração”

Ramiro Sequeira fala numa “interação muito dinâmica” com a tutela de Pedro Nuno Santos e considera que “mais do que estar rentável para uma possível compra ou venda, a TAP tem de estar rentável para sobreviver”.

A TAP, presidida por Ramiro Sequeira, anunciou que não irá prorrogar a adesão ao regime do Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva durante dezembro.
DR
26 de Abril de 2021 às 09:53
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Se o Governo decidiu salvar a TAP, através do dinheiro dos contribuintes, o CEO interino da companhia, Ramiro Sequeira, considera "normal que queira interagir com a administração e com a empresa".

 

"Já é o normal [haver relação com acionista maioritário], mas se pusermos isto dentro do contexto de auxílio de Estado e de pandemia, mais normal é e mais intensa pode ser esta relação. Há uma interação muito dinâmica", frisa o gestor.

 

Em entrevista ao Eco, Ramiro Sequeira insiste que "é normal que o acionista pergunte e possa fazer sugestões e pedidos, mas num contexto de pandemia esta relação intensifica-se", lembrando que "não se pede todos os dias um auxílio do Estado e tem de se entregar à DGComp um plano de restruturação".

 

"Essa proximidade ainda bem que existe. Temos um processo muito importante que é a validação deste plano de reestruturação perante Bruxelas que, devemos recordar, é o Estado que está a interagir em grande parte. A administração da TAP tem estado, mas a liderança está a ser feita pelo Estado", acrescenta.

 

É normal que o acionista pergunte e possa fazer sugestões e pedidos, mas num contexto de pandemia esta relação intensifica-se. Ramiro Sequeira, CEO interino da TAP

 

Bruxelas aprovou no final da semana passada a ajuda intercalar de 462 milhões de euros à TAP, uma medida que permite a Portugal compensar a companhia pelos prejuízos sofridos em consequência direta das restrições às viagens devido à pandemia entre 19 de março e 30 de junho de 2020.

 

Sobre o plano de reestruturação entregue à Comissão Europeia, Miguel Frasquilho, "chairman" da TAP, disse na conferência telefónica de apresentação dos resultados de 2020 que "não tem nenhum sinal negativo da Comissão Europeia" e que "a expectativa é que no fim de maio será plausível o plano ser aprovado".

 

"Rentável para sobreviver"

 

A propósito das críticas que têm sido feitas pelos sindicatos, Ramiro Sequeira recorda nesta entrevista que esta é "uma oportunidade [dada pelos contribuintes] para salvar cerca de sete mil postos de trabalho". Sobre a hipótese de assumir o cargo em definitivo, diz apenas que é um quadro da TAP e que está "disponível para ajudar" a transportadora.

 

Já sobre o pós-reestruturação, o gestor assinala que "mais do que estar rentável para uma possível compra ou venda, a TAP tem de estar rentável para sobreviver". "Se no final desse processo houver interessados ou não, é algo que é futurologia porque não existe nada palpável. Em contexto pandémico ainda é mais difícil pensar nisso", conclui.

69%Passageiros
A TAP espera um crescimento de 69% nos passageiros este ano, em termos homólogos, mas ainda menos de metade dos valores de 2019.

 

Na conferência telefónica com os analistas, os administradores da TAP adiantaram que as perspetivas para 2021 são de um aumento de 69% dos passageiros para 7,9 milhões, face a 2020, de um acréscimo das receitas de passagens de 28% para 1,1 mil milhões de euros e da subida das de carga em 25% para 156,6 milhões.

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