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Brexit: Airbus ameaça sair do Reino Unido se não houver acordo

Se a saída da UE for feita sem um acordo, a Airbus "teria que tomar decisões muito negativas para o Reino Unido", realça o presidente da fabricante. "Há muitos países que adorariam construir asas para os aviões da Airbus", realçou.

24 de Janeiro de 2019 às 10:56
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O presidente da Airbus pediu esta quinta-feira ao Reino Unido para esclarecer a sua posição sobre o Brexit e alertou que se a saída da União Europeia for feita sem acordo poderá levar a companhia a mudar-se para outros países.

 

Numa mensagem divulgada pela gigante europeia de aeronáutica e defesa, Tom Enders destacou que "estão errados" aqueles que dizem que, como a Airbus tem grandes fábricas no Reino Unido, vai ali ficar "para sempre".

 

Embora tenha admitido que não é possível mudar estas fábricas "no imediato", sublinhou que o setor aeroespacial é um negócio de longo prazo e que a Airbus "pode ser forçada a redirecionar futuros investimentos em caso de saída [da UE] sem acordo".

 

"Há muitos países que adorariam construir asas para os aviões da Airbus", acrescentou o responsável, referindo-se à principal atividade que o consórcio europeu tem em território britânico.

 

A Airbus tem uma equipa de mais de 14.000 pessoas no Reino Unido e há cerca de 110.000 empregos que dependem de seus programas, que geram cerca de 6.000 milhões de libras (cerca de 6.900 milhões de euros) de faturação anual.

 

O presidente do fabricante europeu disse que, devido à atual situação de incerteza, "o setor aeroespacial britânico está à beira do precipício", sublinhando que "o Brexit está a ameaçar destruir um século de desenvolvimento baseado na educação, investigação e capital humano".

 

É por isso que, se a saída da UE for feita sem um acordo, a Airbus "teria que tomar decisões muito negativas para o Reino Unido".

 

Tom Enders argumentou ainda que, "numa economia global, o Reino Unido não pode seguir por conta própria".

 

"Os grandes projetos aeroespaciais são empresas multinacionais", acrescentou.

 

O responsável criticou o facto de mais de dois anos após o referendo de 2016 sobre o Brexit as empresas sejam incapazes de planear o seu futuro, porque não sabem como é que a saída se vai materializar, e lembrou que a sua empresa, como muitas outras, pediu repetidamente "clareza".

 

O presidente do 'número dois' mundial da aviação - depois da norte-americana Boeing - indicou que este mercado cresce a uma taxa de 5% ao ano e que o seu grupo "não depende do Reino Unido" para o seu futuro e sobreviverá em qualquer condição.

 

"A questão é se o Reino Unido quer fazer parte desse futuro de sucesso", para o qual o Brexit deve acontecer de maneira ordenada, resumiu.

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