Notícia
Boeing multada em 200 milhões de dólares por enganar investidores sobre segurança
Antigo CEO da empresa, Dennis Muilenburg, também vai pagar um milhão de dólares. Empresa concordou em pagar a multa depois de ter sido acusada pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos de prestar falsas declarações sobre a segurança do 737 Max, depois de terem ocorrido dois acidentes com aeronaves deste modelo que mataram mais de 300 pessoas.
A fabricante de aviões norte-americana Boeing e o seu antigo presidente executivo, Dennis Muilenburg, foram multados em 200 milhões de dólares depois de a empresa ter sido acusada pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos de prestar falsas declarações sobre a segurança do modelo 737 Max. Declarações que foram feitas depois de terem ocorrido dois acidentes com estas aeronaves que mataram mais de 300 pessoas.
De acordo com o Financial Times, tanto a empresa como o antigo CEO concordaram em pagar a multa para acabar com o processo em que é acusada de enganar investidores sobre a segurança deste modelo de avião. Muilenburg vai pagar um milhão de dólares, sendo que nem a Boeing e nem o antigo CEO admitiram ou negaram as descobertas da reguladora.
Em causa estão dois acidentes ocorridos, um em 2018 na costa da Indonésia, com a Lion Air, e outro em 2019 na Etiópia, com a Ethiopian Airlines. No total, os dois acidentes mataram 346 pessoas.
Na altura, a Boeing atribuiu a causa dos acidentes a erros dos pilotos e a falhas na manutenção das aeronaves.
Mais tarde, descobriu-se que a Boeing enganou reguladores e pilotos sobre o novo sistema, ao tentar obter a aprovação da Administração Federal de Aviação. Segundo as investigações, as quedas das aeronaves, ambas do modelo 737 Max, foram provocadas por uma falha no software de voo MCAS e este modelo de aeronave foi obrigado a ficar sem operar durante 20 meses em todo o mundo.
"Depois do primeiro acidente, Boeing e Muilenburg sabiam que o MCAS era um problema de segurança, mas garantiram ao público que o 737 Max era 'tão seguro quanto qualquer aeronave que já voou'", lembrou a Comissão, em comunicado. "Após o segundo acidente, Boeing e Muilenburg garantiram ao público que não havia erros ou brechas no processo de certificação do MCAS, apesar de relatos em contrário", sublinhou a reguladora.