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Airbus nunca vendeu tantos A320 ou A350 como no ano passado

Em 2023, a fabricante europeia dos aviões entregou 735 aeronaves, mais 11% face ao ano anterior. Destes, 17% foram para o mercado norte-americano. No final do ano passado, a carteira de encomendas superou as 8.590 aeronaves.

Bloomberg
15 de Janeiro de 2024 às 15:29
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No ano passado, a fabricante de aviões Airbus entregou 735 aeronaves comerciais a 87 clientes em todo o mundo. Trata-se de um aumento superior a  11%, face aos 661 aviões vendidos em 2022, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira. 


A Europa foi o principal mercado, tendo recebido 34% das entregas, seguindo-se a Ásia-Pacífico com 32% - destes, 13% foram para a China.  Já o mercado norte-americano recebeu 17% das aeronaves, segundo-se a América do Sul com 8%, o mesmo valor do Médio Oriente & África.


Para a empresa estes números demonstram "um forte desempenho apesar do ambiente operacional complexo". "2023 foi um ano notável para o negócio de aeronaves comerciais da Airbus, com vendas e entregas excecionais acima das metas", sublinha Guillaume Faury, CEO da Airbus, em comunicado.


O setor de aeronaves comerciais registou 2319 novas encomendas brutas (2094 líquidas). Desta forma, a carteira de pedidos no final do ano de 2023 era de 8598 aeronaves.


Com os números registados no ano passado, a Airbus aproxima-se das vendas pré-pandemia, antes de as companhias aéreas terem sido obrigadas a deixar em terra durante vários meses a sua frota. Em 2019, a empresa registou 767 encomendas e entregou 863 unidades.


Agora, ultrapassados os obstáculos da Covid-19,  "Uniram-se uma série de fatores para nos ajudar a atingir os objetivos, incluindo o aumento da flexibilidade e a capacidade do nosso sistema industrial global, bem como a forte requisição das companhias aéreas para renovar as frotas com as nossas aeronaves mais modernas e eficientes em termos de combustível", explica o responsável.


"Originalmente, prevíamos que a aviação recuperasse em algum momento no período de 2023-2025, mas o que vimos em 2023 foi, a par do mercado de aviões de corredor único, o retorno das encomendas de aviões de dois corredores muito mais cedo do que o esperado e com vigor", revelou Christian Scherer, recém-nomeado CEO da Airbus.


Aliás, segundo o gestor, a fabricante nunca tinha vendido "tantos A320 ou A350 num determinado ano, já para não falar das boas-vindas a sete novos clientes para o A350-1000"." As viagens estão de volta e há uma grande dinâmica!", acrescentou.


Nova dor de cabeça da Boeing


Recentes problemas com aviões têm levado à desvalorização dos títulos das fabricantes de aviões e levantado algumas dúvidas quanto à segurança das aeronaves, mais concretamente da rival Boeing. 


Em causa esteve uma nova avaria do 737 MAX 9, que  provocou a queda da cotação em bolsa da Boeing, uma tendência que se tem arrastado ao setor.  A United Airlines e a Alaska Airlines encontraram "peças soltas" em várias aeronaves Boeing 737 Max 9, durante inspecções levadas a cabo depois de um incidente com a companhia aérea do Alasca. 


O aparelho da Alasca Airlines que sofreu o incidente perdeu, a cerca de cinco mil metros de altura, o painel com que se tinha selado uma brecha desenhada para alojar uma porta adicional de emergência. O avião teve de regressar à cidade de Portland, no Estado do Oregon, de onde tinha partido, pouco minutos antes, sem feridos graves. No entanto, por ordens dos reguladores do setor, centenas de  aviões da fabricante de aeronáutica norte-americana ficaram em terra até se concluir a investigação.


A Boeing enfrenta um novo duro golpe, num momento em que tinha conseguido melhorar os seus índices de produção até ao final de 2023. Depois de entregar apenas 15 aviões 737 MAX em setembro, o menor total mensal em dois anos, e 18 em outubro, a fabricante norte-americana subiu para 46 em novembro e 44 em dezembro, de acordo com recentes dados publicados.


O modelo anterior da Boeing, o 737 Max 8, já tinha estado envolvido em dois acidentes graves: em Outubro de 2018, quando uma destas aeronaves se despenhou com 189 pessoas a bordo no mar de Java, e em Março de 2019, quando um voo da Ethiopian Airlines se despenhou com 157 pessoas a bordo.


 Após estes acidentes, o modelo 737 Max foi proibido de voar, uma restrição que tinha sido levantada em 2020 após a fabricante ter levado a cabo um conjunto de modificações.


Nem a TAP nem a SATA têm aeronaves da Boeing. As suas frotas são construidas maioritariamente por vários modelos da Airbus e da Embraer, no caso da TAP.
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