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Sindicato: CEO da Meo disponível para dialogar “se sentir que há confiança”
Durante a primeira reunião com os sindicatos desde que assumiu a liderança da Meo, Alexandre Fonseca sublinhou que não há qualquer decisão sobre a venda de activos em Portugal.
Alexandre Fonseca, presidente executivo da Meo, "quer trabalhar com pessoas que lhe dêem confiança e que sejam leais". Esta foi a mensagem que o responsável fez questão de sublinhar, por diversas vezes, na primeira reunião que teve com o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) desde que assumiu a liderança da Meo, segundo Jorge Félix, presidente do sindicato.
O objectivo do encontro, que decorreu esta segunda-feira de manhã, era apresentar as ideias de Alexandre Fonseca para a operadora da Altice. Porém, questionado pelo Negócios sobre as conclusões da reunião, Jorge Félix, confessou que não ficaram "satisfeitos. Não nos parece que as coisas vão mudar".
Isto porque as questões que têm preocupado os sindicatos que representam os trabalhadores da Meo, como a transferência de pessoas para outras empresas, não obtiveram resposta. Alexandre Fonseca mostrou-se, contudo, "disponível" para agendar novos encontros com as entidades sindicais e dialogar "se sentir que há confiança, motivação e lealdade", contou Jorge Félix.
Durante a reunião, o novo CEO da Meo também demonstrou por várias vezes alguma "preocupação" com as mensagens que têm sido transmitidas pelos media sobre a situação da Altice, as quais "não são totalmente verdadeiras", esclareceu Alexandre Fonseca, segundo Jorge Félix.
O presidente executivo da PT sublinhou ainda que a Altice não está "numa situação tão má" quanto tem sido noticiada, mas admitiu "que há coisas que têm de ser mudadas". Porém, segundo o responsável do sindicato, garantiu que "neste momento, não está nada decidido" sobre a venda de activos em Portugal". Referindo que "não gosta de sofrer por antecipação", afirmou ainda que "não está nada perspectivado" nesse caminho.
Fonte oficial da Meo referiu que na reunião entre o CEO da Altice Portugal, o administrador João Zúquete e os representantes das estruturas sindicais da empresa "foram abordadas as orientações estratégicas da empresa, bem como escutados os temas considerados relevantes para as estruturas de representação dos trabalhadores, num espirito de diálogo, abertura e proximidade".
Além disso, segundo a mesma fonte, "Alexandre Fonseca mostrou disponibilidade para manter um diálogo transparente, aberto e frequente com os trabalhadores".
Alexandre Fonseca assumiu a liderança da Meo no passado dia 21 de Novembro, substituindo Cláudia Goya que ocupou o cargo apenas por quatro meses.
As mudanças no "board" da PT decorrerem no seguimento da reorganização da estrutura de gestão do grupo francês que passou, precisamente, pelo regresso dos homens de confiança de Drahi aos cargos de topo. Alexandre Fonseca, que ocupava o cargo de "chief technology officer" (CTO) da Meo, insere-se neste grupo.
O gestor, de 43 anos, é um dos nomes da confiança da Altice em Portugal, acompanhando o grupo francês desde 2012, quando a Altice comprou a Cabovisão. Um ano depois, quando o grupo comprou a Oni, foi nomeado CEO desta operadora. E quando a Altice vendeu estas duas operações, por imposição de Bruxelas para poder comprar a PT, o gestor transitou para os quadros da Meo. Além disso, nos últimos tempos, tem sido o gestor a dar a cara diversas vezes pela PT nos bons e nos maus momentos, como no caso das alegadas falhas do SIRESP.
(Notícia actualizada às 18:18 com declarações da Meo)