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Rede de fibra da antiga PT não despertou interesse de empresas portuguesas
A Altice tem “várias propostas em cima da mesa” para a compra da rede de fibra da operação em Portugal. Mas são todas de consórcios internacionais, segundo o administrador financeiro da Altice Portugal.
"Há várias propostas em cima da mesa" pela rede de fibra ótica da antiga Portugal Telecom. Mas nenhuma da parte de uma empresa portuguesa. A informação foi revelada esta sexta-feira, por Alexandre Matos, administrador financeiro da Altice Portugal, durante um encontro com jornalistas no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro trimestre. "Dos contactos que temos, todas as propostas são de consórcios internacionais", sustentou.
O responsável sublinhou ainda que a decisão do vencedor e os moldes da operação são da responsabilidade da casa-mãe. De momento, "todas as hipóteses estão em aberto", referiu. Ou seja, a decisão da empresa de ficar com uma fatia maioritária ou minoritária na operação de venda desta infraestrutura vai partir da Altice e vai depender também das propostas que estão em análise. A decisão deverá ser tomada até ao final do segundo trimestre.
Alexandre Matos relembrou ainda que, tal como Dennis Okhuijsen tinha referido na conferência com analistas na quinta-feira, a mensagem que têm da casa-mãe é que o grupo neste momento não tem urgência em vender ativos, principalmente a qualquer preço. "Não temos necessidade de vender ativos a preços baixos. Vamos analisar as propostas e garantir que têm uma avaliação 'premium'. Não temos pressa, até porque estamos a crescer organicamente", reforçou Dennis Okhuijsen.
Foi em fevereiro que a Reuters avançou que a Altice Europe estava a analisar a venda da rede de fibra portuguesa. Esta operação está a atrair o interesse de várias empresas, como a Brookfield, a KKR, a Macquarie e Canada Pension Plan Investment Board, revelou ainda a Bloomberg, citando fontes próximas do processo.
A agência adiantou que a Altice Europe está a tentar captar cinco mil milhões de euros ou mais por este negócio, enquanto os interessados avaliam este ativo num valor entre os 3,5 e 4 mil milhões de euros. Os números nunca foram confirmados ou desmentidos pela empresa.