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Produções Fictícias facturou 9,7 milhões com a RTP em quatro anos
A empresa liderada por Nuno Artur Silva, nome indigitado para administrador da RTP, foi um dos maiores fornecedores de conteúdos do grupo público de rádio e televisão, noticia esta quinta-feira o Correio da Manhã.
A venda de conteúdos de entretenimento ao grupo RTP rendeu quase dez milhões de euros à Produções Fictícias ao longo dos últimos quatro anos, tendo o "talk show" apresentado por Herman José, emitido aos sábados à noite, sido o programa mais lucrativo. Recuando até 2008, o volume de negócios com a RTP ascendeu a 11,7 milhões de euros.
Segundo os dados publicados pelo Correio da Manhã, as vendas à RTP valeram à empresa de produção de conteúdos de Nuno Artur Silva, nome escolhido pelo Conselho Geral Independente para integrar a administração da estação pública, quase três milhões de euros em 2011, 3,2 milhões de euros em 2012, 2,8 milhões de euros em 2013 e 704 mil euros até 10 de Dezembro do ano passado.
A 12 de Janeiro, o Conselho Geral Independente (CGI) propôs o nome de Gonçalo Reis para presidente do conselho de administração da RTP e de Nuno Artur Silva para vogal, que ficará com a responsabilidade dos conteúdos da estação pública e irá abdicar de todas as funções nas Produções Fictícias, no Canal Q e no Eixo do Mal, transmitido na SIC Notícias. Esta última contratação fará com que a RTP fique proibida de comprar conteúdos à produtora, sendo esta uma das incompatibilidades avançadas pelo CGI.
A escolha da nova administração da RTP conheceu mais uma polémica nos últimos dias. O Conselho de Opinião, composto por membros de associações e representantes da opinião pública, enviou uma carta ao Conselho Geral Independente a questionar o que serviu de base para a indigitação de Gonçalo Reis e de Nuno Artur Silva para a administração. Segundo a carta, divulgada pelo Negócios, os estatutos da RTP não estarão a ser cumpridos, pois as linhas orientadoras devem ser tornadas públicas antes da indigitação da nova administração, o que não ocorreu.