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Pharol com prejuízos de 694 milhões
A ex-PT SGPS reduziu os prejuízos em 8,6% para 694 milhões de euros em 2015. A redução em 37% dos custos contribuíram para a melhoria. Os resultados negativos da Oi e à desvalorização do real explicam os prejuízos.
A Pharol fechou 2015 com um resultado líquido negativo de 694 milhões de euros, uma melhoria face aos 760 milhões de euros de prejuízos registados nas operações continuadas em 2014, de acordo com as contas divulgadas esta quinta-feira, 28 de Abril, à CMVM.
Tendo em conta o resultado líquido atribuível aos accionistas os prejuízos aumentaram, passando de 289 milhões para 693 milhões de euros. Em 2014 a Pharol tinha tido um resultado líquido de 470,7 milhões de euros nas operações descontinuadas que corresponderam aos resultados dos negócios contribuídos no aumento da capital da Oi em 5 de maio de 2014.
A melhoria das operações continuadas deve-se, em grande parte, à diminuição dos custos operacionais em 37% para 16,1 milhões de euros.
Em 2015 rubrica de custos de pessoal totalizou 3,6 milhões de euros, enquanto em 2014 foi negativa em 5,8 milhões de euros.
Os custos de fornecimento, serviços externos e outras despesas também passaram de 26,2 milhões para 9,4 milhões de euros.
No que toca aos custos não recorrentes de assessoria financeira e legal ascenderam a 3,8 milhões de euros durante o exercício de 2015.
As contas da Pharol reflectem os resultados negativos da Oi, único activo da ex-PT SGPS a par com a dívida de 897 milhões de euros da Rioforte, e a situação macroeconómica do Brasil com a desvalorização do real. Em 2015 a Oi registou um prejuízo de 5,3 mil milhões de reais (1,3 mil milhões de euros), um aumento de 21,4% face ao ano anterior.
Os prejuízos são justificados pela ex-PT SGPS, essencialmente, pela "incorporação dos resultados negativos da Oi em 374 milhões de euros", pela "imparidade no valor da participação da Oi em 22 milhões de euros" e pela "redução do valor mark-to-market da opção de Compra na Oi em 79 milhões de euros", detalha a empresa liderada por Luís Palha da Silva.
Como o Negócios noticiou, a Pharol optou por não exercer a opção de compra de 10% das acções da Oi, cujo prazo terminava a 31 de Março. Além disso, a desvalorização dos títulos da operadora brasileira também terá afastado o interesse de terceiros.
O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amoritizações e depreciações) também fechou em terreno negativo situando-se 16,1 milhões de euros, um valor que compara com os 25,7 milhões registados em 2014.
De acordo com o mesmo comunicado, tendo em conta os excedente de tesouraria a Pharol vai propor a distribuição de um dividendo de 3 cêntimos por acção referente às contas de 2015.
(Notícia actualizada às 20:51)