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Pharol já só espera recuperar 9,56% do investimento na Rio Forte

Dos 897 milhões de euros investidos em papel comercial da Rio Forte, a Pharol já só espera recuperar 85,75 milhões de euros. A expectativa está inscrita nos resultados trimestrais da empresa, divulgados esta segunda-feira.

Luís Palha da Silva é o presidente da Pharol, empresa que propôs que os accionistas decidissem se avançavam contra os anteriores administradores.
Pedro Elias
28 de Novembro de 2016 às 18:21
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A Pharol já só espera recuperar menos de 10% do investimento de 897 milhões de euros feito pela antiga PT na Rio Forte. No total, de acordo com as estimativas apresentadas pela empresa liderada por Luís Palha da Silva, a empresa calcula reaver 9,56% do investimento feito, ou seja, 85,75 milhões de euros.

As anteriores previsões da empresa apontavam para uma recuperação de 15% do valor. A revisão em baixa obrigou agora a registar uma perda de 48,8 milhões de euros nas contas do terceiro trimestre pelo valor que já não espera receber da aplicação financeira feita na dívida da empresa do Grupo Espírito Santo. 

"Na sequência das declarações dos Administradores Judiciais, que referiram no seu último comunicado que não se pode excluir que o arresto de bens requerido pelo Ministério Público impeça de forma prolongada, ou mesmo definitivamente, a sua recuperação e distribuição pelos credores, o montante expectável de recuperação do instrumento de dívida Rio Forte foi revisto e reduzido para 9,56% do seu valor nominal," lê-se no comunicado.

O reconhecimento foi feito em Setembro, depois de os administradores de insolvência terem reconhecido que os bens arrestados à Espírito Santo International e Rioforte, no âmbito dos inquéritos judiciais em curso incluindo Portugal, podem nunca regressar às sociedades do grupo Espírito Santo, havendo risco de não serem utilizados no pagamento aos credores destas empresas. 

O impacto negativo da redução de expectativa de recuperação está também reflectido nos números apurados para o resultado líquido até Setembro, que foi negativo em 56,1 milhões de euros, ainda assim menos de metade do que os prejuízos registados nos primeiros nove meses do ano passado - 137 milhões de euros.

Em virtude do investimento feito na companhia antes da derrocada do universo Espírito Santo, os instrumentos de dívida da Rio Forte foram concentrados na Pharol e a empresa que resultou da antiga PT passou a deter uma opção de compra sobre acções da brasileira Oi.

Em Janeiro a Pharol decidiu processar três ex-administradores da PT, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro e Pacheco de Melo, por não terem levado ao conselho de administração a realização de aplicações em instrumentos de dívida do GES, processos avaliados em 54,9 milhões de euros. Já à auditora Deloitte a empresa pede uma indemnização correspondente à diferença entre os 897 milhões investidos e o valor que a Pharol conseguir receber no âmbito da insolvência da Rioforte.

Em Setembro a Pharol aceitou pagar uma multa no valor de 1,25 milhões de dólares, aplicada pelo regulador norte-americano Securities and Exchange Commission (SEC) devido às falhas detectadas na divulgação da informação relacionada com a exposição da companhia de telecomunicações ao GES. 

As aplicações da PT no universo Espírito Santo remontam a 2001 mas é no final de Junho de 2014, a dois meses da derrocada do BES, que é conhecida a exposição de 897 milhões de euros, depois de nesse ano ter sido dada uma ordem para transferir as aplicações na ES International para em papel comercial da Rioforte. Este veículo do GES viria mais tarde a entrar em incumprimento.

As acções da Pharol encerraram o dia a cair 1,1% para 0,179 euros.

(Notícia actualizada às 18:51 com mais informação)
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