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Patrick Drahi lança OPA de 2,5 mil milhões para tirar dona da Meo de bolsa

Drahi oferece 4,11 euros por cada acção da Altice Europe, o que representa um investimento de aproximadamente 2,5 mil milhões de euros para comprar todas as ações que não controla na empresa de telecomunicações. As ações disparam 25%.

11 de Setembro de 2020 às 07:55
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A Next Private, companhia controlada por Patrick Drahi, lançou esta sexta-feira uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Altice Europe, com o objetivo de retirar de bolsa a empresa que em Portugal controla a Meo.

 

Drahi oferece 4,11 euros por cada ação da Altice Europe, o que representa um investimento de aproximadamente 2,5 mil milhões de euros para comprar todas as ações que não controla na empresa de telecomunicações, que assim fica avaliada em 4,9 mil milhões de euros.

 

O preço da OPA pressupõe um prémio de 23,8% face à cotação de fecho de ontem da Altice e de 16,5% face à cotação média ponderada pelo volume nos últimos 180 dias. As ações estão a reagir em forte alta à oferta, subindo 25,17% para 4,157 euros, já acima da contrapartida.



A oferta está condicionada à obtenção de pelos menos 95% do capital da Altice, limite a partir do qual a empresa pode ser removida de bolsa. O oferente estima que a operação esteja concluída no primeiro trimestre de 2011.

 

A Altice Europe está presente em vários países europeus, entre eles Portugal, depois de ter comprado a Portugal Telecom em 2014 por 7 mil milhões de euros.

Esta operação tem o apoio da administração da Altice e, de acordo com um comunicado, visa "permitir à Altice Europe "aumentar a sustentabilidade de longo prazo dos seus negócios". A gestão da Altice considera que a oferta "é do melhor interesse da Altice Europe, dos seus empregados, clientes, acionistas, detentores de dívida e outros 'stakeholders".

O comunicado salienta ainda que Patrick Drahi, que é o fundador da Altice e maior acionista da empresa que lança a OPA, "apoia totalmente a estratégia de longo prazo da Altice Europe e está comprometido com os interesses de longo prazo da empresa e dos seus 'stakeholders'".

"A transação proposta hoje vai resultar num novo e excitante capítulo para a Altice Europe. Depois da reorganização do grupo em 2018, a Altice Europe executou com sucesso a estratégia de recuperação operacional e financeira", diz Drahi citado no comunicado, salientando que "com o meu continuado envolvimento pessoal, a Altice Europe vai manter o modelo fundamental" da Altice, com "tremendas oportunidades pela frente". 

Na explicação do racional estratégico e vantagens da operação, a empresa de Drahi cita o maior potencial de criação de valor no longo prazo, maior facilidade de implementação da sua estatégia, capacidade de alcançar uma estrutura de capital mais eficiente, redução dos custos do grupo 

A pandemia deprimiu as cotações das ações em todo o mundo, o que levou vários investidores a aproveitar as avaliações reduzidas para retirar as empresas de Bolsa. Em Portugal, por exemplo, a família Azevedo lançou ofertas sobre a Sonae Capital e Sonae Indústria.

A Altice Europe, mesmo com a subida de hoje, acumula uma desvalorização de 28,7% em 2020, sendo que em fevereiro negociava aima de 6 euros, uma cotação bem superior à contrapartida da OPA. Em 2019 os títulos tinham mais do que triplicado, recuperando das quedas acentuadas sofridas nos anos anteriores, sobretudo em 2017.

Para financiar a OPA, a empresa de Drahi contratou uma linha de crédito com o BNP Paribas. No documento com a oferta, é garantindo que a oferta não vai implicar uma redução do número de trabalhadores. 

(notícia atualizada pela última vez às 9:11)

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