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Operação Picoas já faz estragos na Altice France

Depois de uma série de suspensões na Altice Portugal e na Altice USA, foi a vez da Altice France. Empresa colocou Tatiana Agova-Bregou, responsável pelo departamento de aquisições e parcerias e com quem Armando Pereira mantinha uma relação íntima, de licença. 

DR
02 de Agosto de 2023 às 15:46
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A Altice France suspendeu um membro da comissão executiva devido à Operação Picoas. A notícia está a ser avançada pela Bloomberg, que diz ser Tatiana Agova-Bregou, diretora-executiva de conteúdos, aquisições e parcerias da empresa, com quem, segundo a investigação, avança a Sábado, Armando Pereira mantinha uma relação íntima. 

Trata-se da primeira "baixa" na Altice France, depois de várias levadas a cabo na Altice Portugal e na Altice USA. Tatiana Agova-Bregou ocupa o cargo desde 2019, tendo, segundo o meio de comunicação, a "licença" começado no início desta semana.

A suspensão, justificada como uma forma de proteger a empresa, terá sido anunciada numa reunião entre a administração e os sindicatos da Altice France, que decorreu esta quarta-feira. 

O Negócios questionou a Altice sobre a suspensão, mas até à data da publicação desta notícia não recebeu resposta.
 
Recorde-se que a Altice Internacional, que agrega as operações em Portugal, Israel e na República Dominicana, revelou a 19 de julho que colocou "vários representantes legais, gestores e funcionários importantes em Portugal e no estrangeiro de licença enquanto a investigação está em curso".  Um dia depois foi conhecido que a Altice USA suspendeu Yossi Benchetrit, genro de Armando Pereira e que estava encarregue das compras daquela unidade.

A relação com Tatiana e o apartamento em Paris

O nome de Tatiana é um dos vários que consta no processo da Operação Picoas, que tem Armando Pereira, co-fundador da Altice, e Hernâni Vaz Antunes, empresário bracarense e amigo de Pereira, como principais suspeitos. São várias as conversas entre a diretora-executiva de conteúdos e aquisições da Altice France com Armando Pereira que foram alvo de escutas e que constam agora no processo. Estas conversas, segundo avança a Sábado, que cita o processo, servem para demonstrar como terá sido gasta uma parte do dinheiro que resultou dos negócios agora sob investigação.

Segundo a Sábado, que cita o processo, as autoridades suspeitam que Armando Pereira tenha comprado um imóvel em Paris, que era usado por si e Tatiana, através de sociedades formalmente relacionadas com Hernâni Antunes, com dinheiro obtido de forma ilegal. 

Esta compra não é única, havendo também outros presentes de luxo que, segundo as autoridades, mostram como terá sido usado parte do dinheiro desviado da operadora de telecomunicações. 

Recorde-se que as autoridades suspeitam de uma "viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. Um esquema que, segundo a justiça portuguesa, terá sido encabeçado por Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes. No total, o Estado português terá sido lesado em mais de 100 milhões de euros e terão sido desviados 250 milhões de euros da Altice.

Notícia atualizada às 16h39
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