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Nos vai cortar investimento para o mínimo caso as regras do leilão 5G se mantenham

O CFO da empresa portuguesa afirma, numa entrevista à Reuters, que irá proceder a uma redução do investimento no próximo ano, principalmente em segmentos de retorno a mais longo prazo.

19 de Novembro de 2020 às 12:38
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A Nos pretende reduzir os investimentos ao mínimo essencial e realizar uma restruturação com redução de custos em 2021, caso as regras para o leilão de 5G se mantenham, de acordo com José Pereira da Costa, CFO da empresa, citado pela Reuters.

A empresa liderada por Miguel Almeida investiu, em média, 400 milhões de euros anualmente nos últimos seis anos, num investimento total que excedeu os 2,5 mil milhões de euros. Contudo, Pereira da Costa confirma à agência de notícias que, se as regras do regulador prevalecerem, será "inevitável" um corte de investimentos em 2021.

"Este regulamento torna absolutamente irracional qualquer investimento, que vá para além dos mínimos estipulados em lei", disse o CFO da empresa de telecomunicações portuguesa, à Reuters, acrescentando que "nenhum agente económico investe para proveito de terceiros, em particular quando são seus concorrentes diretos e já beneficiam de vantagens escandalosamente discriminatórias".

Para além do corte no investimento em redes de comunicações, a Nos irá também "reduzir significativamente a alocação de recursos em I&D", afirma Pereira da Costa, depois de ter alocado 67 milhões de euros para este segmento no ano passado. "São investimentos com retorno a mais longo prazo, pelo que serão os primeiros a ser eliminados".

Nas últimas semanas, o tema do 5G voltou a estar debaixo dos holofotes, com várias trocas de acusações entre operadoras presentes em Portugal (Meo, Nos e Vodafone) e o regulador do setor (Anacom). 

Isto porque os primeiros defendem que as regras para os leilões apresentadas há duas semanas pela Anacom estão feridas de "ilegalidades". E prometem recorrer a todos os meios legais, nacionais e internacionais, para travar as regras em curso.

A Anacom reservou espetro nas faixas de 900 MHz e 1.800 Mhz para novos possíveis operadores, numa orma de incentivar a concorrência e melhorar os serviços. Medida que foi alvo de fortes críticas da Meo, Nos e Vodafone, que alegam promoverem a "discriminação". No entanto, parece ter agradado à MásMóvil, dona da Nowo, que já admitiu querer entrar na corrida do 5G em Portugal.

Os operadores estabelecidos terão de se comprometer a estabelecer serviços 5G cobrindo 75% da população até 2023 e 95% até 2025, muito acima do requisito de apenas 25% e 50% respetivamente para novos operadores.

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