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Lucro da Nos cresce 84,6% para 148,6 milhões de euros até junho

Sem os efeitos não recorrentes da venda das torres à Cellnex, os resultados da operadora liderada por Miguel Almeida situar-se-iam nos 95,4 milhões de euros, um crescimento de 18,6% face ao primeiro semestre de 2023.

A Nos, liderada por Miguel Almeida, é a primeira cotada do PSI a reportar os resultados do segundo trimestre. Os analistas estão otmistas face às contas.
João Cortesão
18 de Julho de 2024 às 17:07
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A  Nos fechou o primeiro semestre com um resultado líquido de 148,6 milhões de euros, um aumento de 84,6% face ao período homólogo de 2023. Este valor incorpora efeitos não recorrentes que totalizam 53,1 milhões de euros, ainda referentes à venda das torres à espanhola Cellnex. Sem efeitos extraordinários, os resultados da operadora  situar-se-iam nos 95,4 milhões de euros, representando um aumento de 18,6%, indica a empresa em comunicado emitido à CMVM.

As receitas consolidadas cresceram 5,2% para 815,5 milhões de euros, com a fatia de leão a continuar a ser oriunda dos proveitos de telecomunicações que progrediram 5,8% para 789,6 milhões de euros. Uma performance alcançado à boleia do aumento do número de serviços em 262 mil (2,4%) face ao período homólogo para um total de 11,142 milhões. Os serviços convergentes foram a área que representou maior crescimento do número de clientes. 

 

Pelo contrário, as receitas de Cinema e Audiovisuais recuaram 5,7% para 42,4 milhões de euros, com a ausência de "blockbusters" a penalizar o segundo trimestre do ano, detalha a operadora liderada por Miguel Almeida.


O aumento das receitas acabou, no entanto, por mitigar o aumento de 5,3% dos custos operacionais. A empresa explica que os custos diretos  foram influenciados por vários fatores. "Tal como no trimestre anterior, a tração positiva no segmento empresarial, com o aumento da atividade operacional, está a fazer subir os custos dos projetos de TI, bem como o custo da mercadoria vendida, devido aos níveis mais elevados de receitas de revenda em termos homólogos", sustenta. 

Já as tendências dos custos não diretos, operacionais e de estrutura "mantêm-se em linha com o trimestre anterior, com os custos de energia a aumentarem em termos homólogos, refletindo o aumento dos preços regulados da energia no mercado português". A Nos explica ainda que os "custos com leasinsg aumentaram 10,3% em termos homólogos, devido a um maior número de sites com partilha de acesso rádio e ajustamentos relacionados com a inflação nos pagamentos à Cellnex, limitados a 2%", lê-se no mesmo documento.


O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) cresceu 5,5% face ao primeiro semestre de 2023, para 372,1 milhões de euros. 

Em relação aos indicadores operacionais, a Nos revela ainda que no final de junho tinha superado os 5,5 milhões de casas com fibra óptica, um aumento de 3,8%.

Reforço do 5G

A rede de 5G 
 cobria mais de 96,5% da população portuguesa, "valor que compara com 89% da população coberta com 5G na União Europeia  chegando a todos os concelhos do país", segundo a Nos. No final de março, a operadora detinha mais de 47% das estações 5G instaladas em Portugal, contabilizando 4.705.


No mesmo comunicado, a empresa detalha ainda que investiu 22,1% das receitas de telecomunicações no primeiro semestre do ano. No total, nos primeiros seis meses do ano a Nos investiu 185,1 milhões de euros, uma diminuição de 5,2% face ao período homólogo.

Como Miguel Almeida explica, grande parte do investimento foi direcionado para o 5G. "No primeiro semestre do ano, a Nos concluiu investimentos significativos na implementação da melhor e mais extensa rede 5G em Portugal. Com uma cobertura que alcança mais de 96,5% da população, mantemos uma clara liderança no desenvolvimento e implementação desta tecnologia. Na rede de fibra, alargamos o perímetro de atuação em mais 200 mil casas cobertas no último ano", destaca o presidente executivo da Nos.

Ao mesmo tempo, como aponta o gestor, "a Nos tem vindo a acelerar o programa de transformação da empresa, assente na massificação da utilização de inteligência artificial. Esta estratégia pretende otimizar processos internos e elevar o nível de eficiência operacional a patamares superiores, compensando dessa forma um crescimento da estrutura de custos acima das receitas", acrescenta.


Com esta combinação, Miguel Almeida acredita que vão conseguir "manter o crescimento sustentado dos resultados", dando como exemplo o crescimento do EBITDA no primeiro semestre. "São resultados sólidos, que muito nos orgulham e que atestam bem a qualidade do trabalho que tem sido desenvolvido pelos milhares de colaboradoras e colaboradores da Nos e pelos nossos parceiros", conclui.


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