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Líder da brasileira Oi diz que ok do Estado à recuperação é essencial
A brasileira Oi, de que a portuguesa Pharol é a principal accionista, tem o regulador Anatel como principal credor e precisa do seu aval, sublinha o presidente. Já outros administradores da empresa reuniram-se com o presidente do Brasil.
A presidência da brasileira Oi tem uma inquietação central: fazer com que o plano de recuperação judicial seja aprovado pelo Estado, através do regulador Anatel, para poder seguir em frente.
"Estamos preocupados em apresentar um plano que seja aceitável pela Anatel e pela AGU [Advocacia-Geral da União], que receba o sim da Anatel na assembleia", declarou o presidente executivo da operadora brasileira, de que a portuguesa Pharol (resultante da antiga Portugal Telecom) é a principal accionista, citado pela Bloomberg.
Segundo a agência, a Anatel reclama dívidas à Oi, na sequência de multas não pagas, de 11 mil milhões de reais, perto de 3 mil milhões de euros ao câmbio actual. Ao todo, a brasileira terá cerca de 16 mil milhões de euros em dívida a credores.
Em declarações aos jornalistas em São Paulo, durante um evento sobre telecomunicações, Marco Schroeder, admitiu que "os últimos dias têm sido tensos". "A questão da recuperação judicial, até pela proximidade da assembleia, gera uma tensão no ar", acrescentou.
Está agendada para dia 23 de Outubro a apresentação do plano de recuperação judicial pelos credores, com segunda convocação para 27 de Novembro. E as negociações não estão fáceis, não estando ainda definidos os graus de diluição dos accionistas e as perdas impostas aos credores. Segundo o site Terra, deverão ser conhecidos mais pormenores do plano no próximo dia 11. O aumento de capital que poderá acontecer poderá ascender a 8 mil milhões de reais, cerca de 2 mil milhões de euros, conforme foi noticiado em Agosto.
"Não vamos atender às exigências de todos. O ideal para nós é uma redução significativa da dívida, o que vai exigir uma redução importante [das participações] dos accionistas", disse Schroeder, citado pelo Terra. "Obviamente essa é uma negociação tensa", afirmou, também.
Ao mesmo tempo que Schroeder falava aos jornalistas, estava a decorrer, em Brasília, uma reunião entre elementos da administração da operadora (que teve uma fusão fracassada com a PT) e o presidente do Brasil, Michel Temer. Hélio Costa, que foi ministro de Lula da Silva e está agora no conselho da Oi, garantiu que não estava a pedir nenhum dinheiro ao Governo, mas sublinhou que as negociações passavam, agora, a ser acompanhadas "ao mais alto nível", garantindo um tratamento privilegiado aos bancos públicos, como nota o Valor.
Além de todos estes problemas, a Oi ficou nos últimos dias sem o seu administrador com o pelouro financeiro, Ricardo Martins.