Notícia
Henrique Granadeiro não aderiu a qualquer perdão fiscal
Henrique Granadeiro não aderiu a qualquer RERT. A informação consta do processo da Operação Marquês, em que o antigo presidente da PT é suspeito de ter recebido 24 milhões do GES para apoiar Ricardo Salgado contra a OPA da Sonae.
Maria João Babo
mbabo@negocios.pt
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Maria João Gago
mjgago@negocios.pt
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Alexandra Machado
amachado@negocios.pt
12 de Julho de 2017 às 22:00
Henrique Granadeiro não aderiu a qualquer dos três perdões fiscais para transferir para Portugal rendimentos recebidos no exterior, incluindo os 24 milhões de euros que o Ministério Público (MP) diz estarem relacionados com pagamentos suspeitos do Grupo Espírito Santo ao antigo presidente da Portugal Telecom. A confirmação de que o gestor não recorreu a qualquer Regime Excepcional de Regularização Tributária (RERT) foi feita pelo Banco de Portugal, no início de Fevereiro, no âmbito da Operação Marquês, em que o antigo primeiro-ministro José Sócrates é suspeito de corrupção, sabe o Negócios.
Já antes, o banco central tinha informado os investigadores que Zeinal Bava, que sucedeu a Granadeiro na liderança executiva da PT, recorreu ao RERT de 2012, como o Negócios noticiou em Maio. O Banco de Portugal não discriminou os valores em causa, mas sabe-se que o gestor é suspeito de ter recebido um total de 25,2 milhões do GES para apoiar a estratégia definida por Ricardo Salgado para travar a oferta pública de aquisição (OPA) da Sonae.
Na mira do Ministério Público estão agora mais quatro arguidos da Operação Marquês. Por indicação da Autoridade Tributária, o MP pediu ao BdP informação sobre a eventual adesão a perdões fiscais por parte de Ricardo Salgado, Hélder Bataglia, Rui Horta e Costa e Diogo Gaspar Ferreira. Destes quatro suspeitos, é público que o antigo líder do GES aderiu ao perdão fiscal de 2012 para trazer para Portugal um montante de 14 milhões de euros que lhe foi oferecido por José Guilherme, construtor da Amadora. Os restantes três arguidos foram sócios no projecto de Vale de Lobo, que o MP suspeita ter sido usado para corromper José Sócrates.
Já antes, o banco central tinha informado os investigadores que Zeinal Bava, que sucedeu a Granadeiro na liderança executiva da PT, recorreu ao RERT de 2012, como o Negócios noticiou em Maio. O Banco de Portugal não discriminou os valores em causa, mas sabe-se que o gestor é suspeito de ter recebido um total de 25,2 milhões do GES para apoiar a estratégia definida por Ricardo Salgado para travar a oferta pública de aquisição (OPA) da Sonae.