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Compensação de Combes reacende polémica em França sobre rendimentos milionários a executivos
O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, criticou a compensação de 13 milhões de euros destinada ao CEO da Alcatel-Lucent, Michel Combes, que deverá começar a trabalhar na Altice esta semana como administrador financeiro.
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Em declarações a uma rádio francesa, o ministro das Finanças defendeu que os pagamentos aos executivos devem reger-se pelo "bom senso e pela moderação" e que a compensação de Combes "não reflectia isso", escreve esta segunda-feira, 31 de Agosto, a Bloomberg. Apesar da crítica, o político francês disse que não fará alterações legislativas para abordar este tipo de situações.
Segundo a Bloomberg, Michel Combes, CEO da Alcatel-Lucent, deverá receber ao longo de três anos cerca de 13 milhões de euros, um prémio com base em objectivos de desempenho e devido a uma cláusula de não-concorrência.
Uma porta-voz da empresa, citada pela agência de notícias, esclareceu entretanto que este valor não está relacionado com a saída do gestor da Alcatel-Lucent para a Altice, grupo francês que recentemente comprou a PT Portugal, mas antes com um plano de incentivos a longo prazo, cujas condições foram alteradas para reflectir a fusão com a Nokia.
Segundo fontes citadas pela agência noticiosa, Combes vai integrar a empresa de Patrick Drahi ainda esta semana, ocupando o cargo de administrador financeiro (CFO).
Além de liderar a venda da empresa à Nokia, Combes reestruturou a Alcatel-Lucent através da redução de custos, do corte de centenas de postos de trabalho, da renegociação da dívida da empresa e da reorganização dos laboratórios da mesma.
A polémica em torno dos pagamentos milionários a executivos não é nova. Em 2012, o bónus de 16,2 milhões de euros a Maurice Levy, CEO da Publicis, tornou-se um campo de batalha para os candidatos às eleições presidenciais e legislativas em França.